Velvet Flavor

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DEUS É COMO UMA MÚSICA

Nessa época do ano ficamos todos mais sensíveis. Alguns refletem não só sobre o ano mas sobre a vida em geral. Esses dias o Tanjar me enviou por e-mail um insight que ele teve recentemente e que mexeu comigo!

Boa leitura!

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“DEUS É COMO UMA MÚSICA”

Show do Lulu Santos é sempre um convite à sensibilidade, sua musicalidade é genial, as letras são inteligentes, seu carisma, seu look fashion, o cara é mesmo muito bom.

Foi num dos shows do Lulu que me aconteceu um insight que guardo com muito carinho. Ele cantava,“…há tanta vida lá fora, aqui dentro sempre, como uma onda no mar…”.  A letra da música retrata o dinamismo da vida, do tempo, observa que nada se repete, nada é igual e se lamenta da rotina e da mesmice, comparando a vida rotineira a uma onda no mar, que é parte de um imenso oceano, mas ignorando essa condição se limita a ficar repetindo seus movimentos de ir e vir no quebra-mar.

Voltando ao show, de repente me peguei olhando pras pessoas ao meu redor na plateia.

Ao meu lado direito, ignorando a todos ali presentes, uma mulher de uns 45 anos cantava, e meio que bailava de olhos fechados e braços levantados. Fiquei observando discretamente, atrás dos olhos fechados passava um filminho de algum momento do seu passado, podia ser uma paixão, a lembrança de amigos, ela mesma em plena juventude, enfim, era uma coisa absolutamente só dela e nada tinha a ver com a letra, com a melodia, ou com o Lulu.

Logo a frente um rapaz com um sorriso estampado fazia movimentos com os braços como se tocasse uma guitarra invisível. Ele curtia os acordes, dedilhava no ar, gingava o corpo, era bem engraçado. A melodia era o que o envolvia, a letra da música era de menor importância, e ele se sentia o Lulu.

Depois me surpreendi com um casal que num abraço romântico, ela olhando no olhos dele dizia, ”aqui dentro sempre, como uma onda no mar”, e com cara de felicidade. Pasmei! (é meio bicha falar assim, mas não sou não, eu sou (a)normal). Como é que alguém sente romantismo propondo a mesmice ao outro?

De outro lado, três meninas faziam uma coreografia simulando uma onda com os braços. A onda que o Lulu criticava estava sendo reverenciada pelas meninas.

De repente uma vozinha conhecida subiu de um lugar próximo ao meu estomago, é lá que ela mora, e cochichou no meu ouvido:

- DEUS É ASSIM!  Como uma música, a letra e a melodia é a mesma pra todos. Algumas pessoas entendem a letra mas não se interessam pela melodia e vice-versa.

 Há os que imitam Seus acordes julgando-se capazes de fazer igual a Ele, mas sequer tem instrumento. Tem os que fecham os olhos e levantam os braços como se fosse para DEUS mas o fazem em sua própria memoria.

Há os que olham nos olhos do próximo cheio de romantismo e sentimento “nobre” e cantam com a voz doce algo como, vamos ser felizes na ignorância sem precisar explorar nada lá fora.

…E, há os que a cada vez que escutam a música descobrem sacadas geniais na letra e na melodia. Esses não se importam em vir ao show, veem por pura curtição pois já percebem que o show é apenas o show. O show começa e acaba, enquanto a musica é eterna, transcende gerações e se adapta à novas leituras…

Sendo assim o show é a missa, a pregação. A musica é Deus.

Num milésimo de segundos a vozinha se calou e voltou ao seu lugar próximo ao meu estomago, e eu sorri um sorriso largo.

Tanjar

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