Revistas eletrônicas, fanzines e publicações em geral com software livre
O curitibano Paulo Henrique de Lima Santana, bacharel em Ciência da Computação pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e entusiasta de Software Livre, mediou o painel que abriu os trabalhos do palco Sócrates nesta quinta-feira.
Antes de tudo, é importante desmistificar a ideia de que softwares livres são os gratuitos. Para que seja livre, o criador deve fornecer o que chamam de “Quatro Liberdades”: liberdade para usar indistintamente, liberdade para estudar e adaptar, liberdade para copiar e distribuir, de forma gratuita ou paga, e liberdade para aperfeiçoar o software. A jornalista formada em psicologia, Mariel Zasso, explicou que um software livre pode ser pago, porém tem códigos abertos, possibilitando que outras pessoas modifiquem e compartilhem. Mariel, além de ser #teamsoftwarelivre, também defende o conhecimento compartilhado e a liberdade na Internet.
Criador do site “Vida de Programador”, André Noel utiliza o Linux desde 2002 e diz que a qualidade não deixa à desejar. Bacharel e Mestrando em Ciência da Computação (UEM), o programador contou que a dificuldade que mais enfrenta é o desconhecimento das pessoas, que acreditam que nenhum arquivo de software livre é compatível com os softwares proprietários. Todas as suas tirinhas, inclusive as que compõem o livro, independente e com baixa tiragem, foram criadas com softwares livres, bem como as edições dos vídeos do seu canal no Youtube.
João Fernando Costa Junior, da Revista Espírito Livre, e Eliane Domingos, da Revista LibreOffice Magazine, contaram que as publicações também são construídas com ferramentas livres. A Espírito Livre utiliza imagens e fontes de bancos abertos, mas o início foi com ferramentas pagas. Lançada em 2009, João contou que cerca de 300 colaboradores já fizeram parte das edições e que a revista já passou dos 100 mil downloads. Já Libre Office Magazine, com aproximadamente 20 colaboradores, lançada há 2 anos, nasceu da ideia de divulgar o Libre Office e, mesmo sem patrocínio financeiro, alcançou a marca de 25 mil downloads.
Os participantes do painel passaram a mensagem de que os softwares livres também tem qualidade; não só os mais simples, como editores de texto e apresentações, mas também os de diagramação e edição de imagem e vídeo. Os comandos podem ser diferentes, por uma questão de propriedade intelectual, mas o resultado não fica atrás dos que se obtém com os softwares proprietários.
Gustavo Rodrigues
Campusero/Voluntário