Memórias e tempo

Mesmo já sabendo, mesmo não sendo novidade nenhuma, ainda me espanto com a forma de funcionar da nossa cabeça e a percepção que temos de tempo.

Quando esperamos muito por algo, as horas, os dias e os meses parece que não passam, que o calendário não avança ao ponto de chegarmos a duvidar, mesmo que irracionalmente, se chegaremos a experienciar aquele momento que tanto aguardamos. E quando estamos tão focados num único momento situado algures no futuro, acabamos por não dar a devida atenção ao presente. As horas, dias e meses passam por nós sem nos apercebermos, sem os registramos na nossa memória.

Mas é quando estamos a poucas horas de sentir e vivenciar esse momento que um flashback nos bate de frente. Normalmente, sentimo-nos tentados a dizer “o tempo não anda”, “nunca mais é novembro” e, no momento em que dizemos isso, a nossa mente prega-nos essa partida de simultaneamente nos dizer “ainda há pouco estávamos em 2012”, “parece que foi ontem que partiste”. Em segundos, o tempo que nunca mais andava, parece que nos escapou por entre os dedos. “O ano passou tão rápido para tudo o resto, só para ti parece que os dias não passavam”.

Estava agora a rever algumas fotografias do instagram e das primeiras que tirei foi no natal de 2011, à lareira do apartamento onde morava então e à meia de Natal que lá estava pendurada. Já passaram quase dois anos. Eu que adoro Natal e toda a envolvência desta quadra festiva, mal me apercebi que já estamos a mês e meio.

Sabem que mais? O tempo psicológico é uma bosta, nunca joga a nosso favor.

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