[cinemateca: medianeras] #repost

Pense em um filme que critique o cotidiano de maneira leve - mesmo quando fala sobre tristeza, solidão e medo. Coloque dois personagens complexos e divertidos usando a língua espanhola com maestria em um roteiro inteligente e bem escrito. E, se você (como eu) é fã da capital portenha, acrescente Buenos Aires como pano de fundo. Esse é Medianeras - filme que entrou para minha lista de favoritos de todos os tempos.

O título - que em inglês é Sidewalls - é o nome que se dá às faces mais feias e inúteis dos edifícios. Em um paralelo com a arquitetura das grandes cidades, que crescem desordenadas, como os seres humanos.

Discutindo vários dos problemas de comportamento, grande parte deles consequências de traumas emocionais comuns nos dias de hoje, o filme usa metáforas para contar a história de Mariana e Martín - mas poderia ser sobre qualquer um de nós. A identificação é imediata, mas os clichês não dominam, graças ao roteiro.

Tão perto, tão longe. Poderia ser o mote central da trama - o que só comprova que minha teoria de que o mundo é ‘uma ervilha murcha e seca’ é acertada. Presos em casas que diminuem com o passar do tempo, cubículos que chamamos lar, a internet e as redes sociais que surgiram nos aproximam virtualmente mas nos tiram a valiosa chance do contato.

Apaixonante, Medianeras é simples como a vida. Porque, no final, quem complica mesmo somos nós.

Medianeras (Sidewalls) - Buenos Aires na era do amor virtual

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