Habilidade em gestão de pessoas e de negócios é essencial

Com as novas demandas do setor elétrico, o executivo procurado pelas empresas precisa mostrar um alto poder de fogo para solucionar problemas. Segundo Carlos Ewandro Moreira, diretor de RH da Endesa Brasil, que atua nos setores de distribuição, a exigência é por profissionais multifacetados, com uma profunda visão de negócio e habilidade em gestão de pessoas. “É preciso ter capacidade de adaptação às mudanças e saber trabalhar em ambientes complexos.”

Do total de 2,6 mil funcionários da organização, 280 são executivos de média gerência ou superior. No ano passado, a empresa contratou 11 gestores, direcionados, principalmente, para áreas de apoio como patrimônio, aprovisionamentos e contabilidade. “Uma seleção nesse nível não leva menos de seis meses”, afirma.

Para Lady Batista de Morais, diretora de gestão de pessoas do grupo Neoenergia, além das competências técnicas, o profissional valorizado é o que consegue engajar as equipes em torno de metas. “São líderes que trabalham com transparência e conduzem as transformações necessárias para o crescimento sustentável”. No ano passado, o Neonergia contratou ou promoveu 46 executivos. As movimentações foram feitas, principalmente, para a área de distribuição, em nichos como comercial, engenharia e operações. A empresa tem um turnover médio de 8% e, para não ficar com vagas ociosas, investe na avaliação de desempenho e no mapeamento de sucessores.

Segundo Juliano Ballarotti, sócio da consultoria Asap Recruiters, as elétricas buscam líderes com perfis “coringas”, para aumentar a produtividade. “Há necessidade de profissionais que controlem custos e aproveitem os ativos da melhor maneira possível”, diz. Rodrigo Maranini, responsável pela área de engenharia da empresa de recrutamento Talenses, diz que há alguns anos buscava-se um executivo com facilidade de movimentação, somente para cultivar o relacionamento com os órgãos reguladores. “Hoje, a procura é por um um profissional estratégico, que conversa diretamente com a alta gestão da companhia sobre planos de produção.”

Carlos Eduardo Barros, da Fesa, afirma que as empresas também esperam que os líderes consigam trabalhar com metas, prazos e orçamentos exigidos em contratos, além de evitar a aplicação de multas do governo. “É necessário mostrar liderança entre equipes multidisciplinares e no gerenciamento de projetos.”

Fonte: Jacilio Saraiva | Valor, São Paulo, 24/09/2014