Sabia como lar (07/07/14)

Estava numa terra selvagem. Havia praia, havia floresta. Recobrei a consciência no meio da mata, como quem dorme sobre galhos de árvores e senti uma sensação indescritível de felicidade por saber que morava ali, isolado e natural.

Era uma ilha, tinha quase certeza disso. Certo mesmo era a possibilidade de atravessar em menos de 10 dias essa terra. Observei um chimpanzé adolescente cochilar num galho de árvore e deslizar as mãos para cair na água do riacho, ou pântano que estava abaixo de nós. Caiu sonolento mas sem medo. Aproveitei para me desafiar e me aproximar a ver se seria amistoso comigo. Desci, aproximei, estendi o braço, dei a mão. Ele apertou com força como se risse e continuou andando como se eu provesse segurança. Saimos felizes os dois da água, voltei para meu galho.

Perdi um tempo depois disso, sem clareza no que houve. Voltei a mim já andando numa trilha larga e observando um filhote de elefante correndo em nossa direção com o apoio de seus pais atrás, tranquilos. Estava silencioso mas movendo a tromba pra cima e pra baixo, com as orelhas africanas abertas agressivo. Acho que imitava o pai. Era uma infantilidade do elefantinho bebê em ensaiar agressividade mas mesmo assim corremos e pulamos galhos em fuga dele e enquanto ríamos disso tudo, chegamos a praia.

Ali era interessante: tinha golfinhos e tubarões que não dialogavam entre si nem se agrediam nem se conflitavam. Tava quente, areia branca, água limpa, ninguém andando. Golfinhos tentavam se aproximar pra conversar e tubarões pareciam famintos esperando alguma oportunidade. Conversei com quantos golfinhos pude, inclusive bebês. Era parecido com Camurupim, com algumas pedras ao fundo. Evitei tubarões tanto quanto pude, me impedindo de agredi-los. Acordei com a luz das 07:19h pela janela, nublada e clara.

Era segunda-feira, eu estava numa cidade sem animais, sem felicidades plenas, sem espiritualidade, pensando em dinheiro e em trabalho. 

Eu indo trabalhar

MIK

nofa meu

IRA COTIDIANA

RSRSRSRS MEU PANCREAS

Theathre of Tragedy - Sweet art thou

HER:

Sonorous to my ears are the words form'd by thy tongue; Conquer me! - Waylay me! - Swathe me 'twixt thy arms! Make me sense the wine which is drunk by queens, And let it flow white and full in tast o'er my lips.

HIM:

Make me sense the wine which is drunk by kings, And let it flow red and full in taste o'er my lips."

Tune up

turn up your circuits check out your chips because you're going to live a long life check the identity card it shows your code listen to the white noise in your ears it fades away

reality is just a bunch of illusions check the pixels of them stop your radio for a second and tell me what you see and hear it's not that the beauty of the truth there is nothihng else but you play your credit of life today

do that twisted dance again smile that fool to dance theater of pulses colors of light pulses of sound all goes to one

blurring distortion until you realize there is nothing but the truth we are born and we die tune up your chips and circuits you're going to live longer

Electric Universe / Cyberpunk Poetry