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daydreaming

@ballroomofmy-mind / ballroomofmy-mind.tumblr.com

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saintzoya

pscentral mini event: get to know the members

Favourite Film: Pride and Prejudice (2005)

First proposal vs second proposal
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O amor comeu.

O amor comeu tudo,

Deixando só essas poeiras,

Que tentam em vão,

São inúteis, desnutridas.

Num ato canibal,

O amor tenta comer a si próprio.

Ele me deixou o tempo

E todas as dores da paciência e da fé.

O amor pode até um dia

Comer o tempo,

Será o momento da carta do Sol.

Mas, até lá,

Ainda restam todas as outras.

E eu só tenho a incerteza

E uma fé que espero que resista ao amor.

Que o amor não nos coma por inteiro.

Eu espero misericórdia

E que deixe a fé,

A fé e a paciência.

- Anônimo
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Esfregar meus pés nos teus,

Montar quebra-cabeças com o teu corpo,

Criar motivos e justificativas

Para toda essa fome

De te ter aqui

Adjacente.

Para além disso,

Te quero congruente,

Comigo,

Assim eu e tu evaporamos

Para ceder lugar

A esse amontoado de nós,

Inventário de tudo aquilo passível de ser sentido pela espécie.

Muito falo de amor.

Irredutível, simples.

Palavra pequena.

Quero fazer abrigo

No leito do teu peito,

Desistir dessas coisas importantes,

Adiar tudo sem arrependimentos.

Que sofrimento.

Eu guardo tuas peças.

Tu te recordas quais?

Deixa eu dormir aqui contigo.

Só hoje.

E amanhã.

- Anônimo

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E eu continuo escrevendo.

Te escrevendo.

E tu?

E eu continuo sonhando acordada e desacordada contigo

Só para depois abrir os olhos e me deparar com o pesadelo da tua ausência.

E tu?

Já se passaram dias e dias e dias,

Sabia?

E apesar dos meus olhos cansados,

Explorados por todo esse choro,

Tu és fonte renovável para tudo isso que eu concebo.

Assim como meus olhos choram, ardem, fecham e acordam,

Tu és inesgotável dentro de mim,

Sempre resta material

Que vira palavra, código, sonho.

E eu continuo chorando.

E eu continuo reservando minhas sinapses para ti.

Tu continuas aqui

Na forma de pensamento, imaginação e memória.

E tu? O que tem feito?

Acho que desses teus olhos injustos

Ninguém viu derramar uma lágrima.

Me entende, por favor.

E se estende um pouco para esse lado.

Apesar de tudo,

Não quero deixar de te escrever.

Não quero me tornar insensível a todos esses versos.

Não quero me deixar tomar por um vazio,

Vírus incolor.

Que eu continue sonhando contigo.

Eu sei que dói,

Mas assim sei que realmente existes.

- Anônimo

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Imagino te encontrar nas esquinas.

Nas perpendicularidades.

Atrás, debaixo, escondido.

Assim como tu se apresentas para mim.

Tua ideia sempre me persegue

Por essas ruas, por esses lugares.

Tua ideia porque eu sei que tu mesmo não o fazes.

É a falta que se destaca. Falta teu corpo, teu cabelo, tua barba e teu sorriso.

Tu se escondes nessas esquinas

Naquilo que eu sei, mas ainda não é.

Nesses adiantamentos.

Nessas imprevisões.

Mas, no momento em que elas verdadeiramente são,

Tu nunca estás lá.

Da mesma forma então, já não só sei, como também sou.

Sozinha.

É o verdadeiro que se contempla ali,

Que arrasta tudo, destrói e se consolida.

A crueldade dessas esquinas.

As linhas retas, sujas e banais.

O concreto do mais barato se transforma em espelho.

Essa é a realidade.

A curiosidade, a esperança e toda essa sensação de se sentir menina mais uma vez,

Tudo se esvaece

Quando não te encontro.

As esquinas se transformam em espelho.

Sou obrigada a me notar.

Apesar da própria evitação em me ver,

Não preciso reunir esforços,

Minha imagem alcança independência.

Ela mesma não é nítida,

Quase amorfa

Porque teu reflexo se faz ausente.

Porque tu não estás lá.

As esquinas me julgam mentirosa.

Eu não quero chorar na frente do espelho.

Achei que tu estarias lá, me esperando.

Agora preciso fugir dos espelhos.

E das esquinas.

Na verdade de tudo.

Porque a capacidade em te fazer referência parece universal, inerente ao mundo.

Nas pequenas, médias e grandes coisas.

Não é que eu não te veja nesse prata.

O espelho não tem nenhum comprometimento

A não ser com essa verdade insossa,

Ele escancara a lacuna que tu não ocupas,

Ele não censura.

Eu te vejo sim, mas só porque me enxergo.

O que adianta se não é realmente tu

Por livre e espontânea vontade?

Toda essa experiência é voluntária.

É só a tua ideia que meus próprios sentidos alcançam.

Em vão.

Mesmo com tanto esforço, não consigo te conceber com tanta realidade.

Assim como tu ocupas o meio do insconsciente, não consigo te atribuir vida aqui, de longe.

É só delírio.

Na verdade, não queria te atribuir nada, montar peças, ler manual.

Porque tu vives e és concreto.

O problema é que não estás comigo

E não te tenho.

Tu, tu mesmo não és delírio.

Espero que o espelho acredite.

- Anônimo

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Você aparece nos meus sonhos.

Apesar dos encontros e desencontros,

A pressa não impede

Que eu te busque energicamente,

Quase corro para te ver.

Esses passos traduzem

O peso que desce ao meu peito.

A determinação deles é indício

Desses sentimentos que te despertam em mim.

Quero te resgatar

A qualquer custa.

Não posso adiar a visualização do teu rosto

Até porque logo vou embora.

Quero te recuperar nesses minutos

Pelo menos.

Quero guardar mais uma memória

Mesmo que ela me faça chorar.

Mas pelo menos te vi.

Vou pregar pelas ruas da cidade fotos tuas.

Procura-se.

Não consigo te achar.

Não consigo te alcançar.

Você sumiu subitamente e não deixou bilhete de que iria voltar mais tarde.

Tenho pressa para te encontrar.

Pago recompensa!

A recompensa são as provas dessa minha paixão,

Que vira sonho.

Desse meu amor,

Que me persegue também quando acordada.

Quem me negará ajuda?

Quem fechará os olhos ao meu desespero?

Talvez falem: “É poeta…”.

O poeta é valorizado na sociedade brasileira?

E a poeta?

De qualquer maneira,

Acabo sempre te buscando sozinha

Em meio a todos esses pensamentos

Cortados como planária,

Que tu me deixaste.

Ainda nos sonhos,

sou solitária.

A minha solidão só não encerra por definição

Minha existência

Porque tu sempre estás ali amorfo

Nas arestas da minha cabeça,

Nas arestas da minha vida,

Inquieto e desocupado.

Eu percorro os vãos desse inconsciente,

Masco aqueles chicletes que tu comprarias para mim

No shopping.

Nesses corredores de morango e uva,

ainda sigo atrás de ti.

E atravesso os obstáculos

Como se, no final,

Me esperasse um troféu.

Sim, espera.

Meu troféu és tu.

A medalha és teu rosto e teu corpo

E o prazer é todo meu.

Nosso.

- Anônimo

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amor-barato
“Me mataria em março se te assemelhasses às cousas perecíveis. Mas não. Foste quase exato: doçura, mansidão, amor, amigo. Me mataria em março se não fosse a saudade de ti e a incerteza de descanso. Se só eu sobrevivesse quase nula, inerte como o silêncio: o verdadeiro silêncio de catedral vazia, sem santo, sem altar. Só eu mesma. E se não fosse verão, e se não fosse o medo da sombra, e o medo da campa na escuridão, o medo de que por sobre mim surgissem plantas e enterrassem suas raízes nos meus dedos. Me mataria em março se o medo fosse amor. Se março, junho.”

— Hilda Hilst - II (Me mataria em março)

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E eu me sinto cada vez mais perto

De morrer por amor.

Como poeta,

Como gente,

Como bicho.

Ainda me pergunto

Em vão

Quando esse choro vai enfim cessar.

Quando meus olhos pararão de arder.

Tu me deixaste só.

Tu me atiraste para longe.

Para longe de tudo aquilo que me era familiar.

Para longe de tudo aquilo que me fazia gente.

Foi violento.

Agora tu me tornaste poeta,

Graças ao teu abandono.

E quero morrer como bicho.

Apodrecer em meio a tua indiferença.

-Anônimo

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Queria te dedicar os mais belos poemas.

Aquela poesia, que apesar de todas as distâncias,

Golpeia por dentro.

Um papel bem desempenhado.

Mas, te digo que toda essa beleza

Não é livre de melancolia.

Ela acompanha toda a mágoa,

Todos os pensamentos inacabados e perigosos

Que tu me deixaste.

Eu encontro um paralelo nessa categoria

Afinal, teu rosto, todas essas curvas e formas que me encantam

Não escapam de mim.

Encontro o admirável em ti

No momento do consumo de um verso.

Ao mesmo tempo, te consumo.

E tu és referência então

Para todo esse choro, lamento e paixão.

- Anônimo

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Mitski at the House of Blues in Boston by Samantha Schraub
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