E hoje eu acordei me sentindo mais leve, lidei melhor com minhas frustrações, respeitei meus limites. Cada dia é um aprendizado e é uma vitória chegar ao final dele. 

Eu sou forte.

Tem dias que tu me abraça e parece que eu levei um soco, direto na boca do estômago. Me dói lembrar o jeito que tu me deixou, dói ver que tu me largou sem mais nem menos, em um momento complicado na minha vida. Dói também eu ter te aceitado de volta, te tratar bem sem tu merecer nenhuma demonstração do meu afeto. Mas pode parar por ai, isso não significa que eu ainda te amo, longe disso por favor, significa que eu estou tendo empatia e o que tu fez comigo eu não desejo fazer igual, eu espero as coisas se ajeitarem para não te atrapalhar, porque o jeito que tu me deixou foi desumano, a confusão que ficou após tua partida me prejudicou e o esforço e a força que eu tive pra me reerguer eu duvido que tu vai ter.

1:31

Acho que cada dia depois que tu partiu sem um mínimo motivo aparente é uma vitória pra mim. Voltar a me amar, a me priorizar, admirar, me fazer rir, nada tem sido fácil. Na verdade, tem dias que é fácil sim, percebo o quanto tu não nerecia esse amor tão puro, cada carinho, cada segredo. Mas tem dias que eu queria entender tua partida, uma explicação, motivo, razão. Na verdade nem são dias, são momentos. Quero entender porque ainda quero esse teu pseudo amor. Quero entender tanta coisa.

1:56 AM

Simplesmente um dia resolvi parar de esperar receber dos outros o amor que eu queria que eles sentissem por mim. Percebi que ele estava o tempo todo ali, logo abaixo do meu nariz, escondido na curvinha da orelha, na dobrinha da perna, no cantinho da boca, na linha de expressão logo abaixo do olho que se formou por causa de um (ou vários) sorriso. Estava nas pintinhas que tenho pelo corpo, nos machucados que contam histórias, nas cicatrizes que me deixaram. Estava no fio de cabelo com a ponta dupla, na marca branca que ficou depois de tomar sol com um anel no dedo médio, na pela ressecada, na olheira da noite passada. Na unha quebrada, no lábio rachado, no peito um pouquinho assimétrico e até em cada estria. Estava no meu nariz arrebitado, no pé pequeninho, no joelho ralado. Estava em cada parte do meu ser todo o amor que eu sempre quis ter. Toda a aceitação que eu esperava ter estava no reflexo do espelho, a 3 minutos de desconforto por me admirar tanto tempo assim: vulnerável, em silêncio, despida de roupas e julgamentos. Talvez por acaso ou por sorte, descobri que o amor da minha vida sou eu e cada detalhe pequeninho que faz de mim cada dia mais eu.