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69% de humor inocente

@vagabundodiario / vagabundodiario.tumblr.com

Se você que sorrir, é com o Patati.
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para-doxo

Olhos do coração

Gloss Rímel Blush Me produzi só para você. Saia rosa Blusa branca Você fez por merecer. Eu estava linda, digna de admiração. Você me olhou pela primeira vez —encantado. Não olhou para a minha produção. Não olhou para o meu corpo, olhou além. Eu poderia ficar frustrada por toda aquela arrumação ter sido em vão e que tu, por ela, sentiste desdém. Eu poderia ficar frustrada por sempre querer chamar sua atenção: com a aparência eu me esforçava mas, insistentemente, você me olhava com os olhos do coração. Não houve frustração. Pela primeira vez eu estava sendo tocada por alma ao invés de mão.

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para-doxo

Molhado desigual

A senhora de uns sessenta anos, sentada no banco do lado da janela no ônibus, perplexa e encantada ao ver que uma parte da pista estava mais molhada que a outra, virou para mim, que estava logo atrás: “no.. Lhado… (Risos)”. Ao perceber que aquela velha simpática estava falando comigo, tirei o fone de ouvido: “que?”. “Um lado da pista está mais molhado que o outro! Choveu mais ali do outro lado da pista do que aqui”, disse ela. Forcei um sorriso: “é.. Hahah”. Senti uma ponta de inveja daquela senhora. Aquela senhora com duas super sacolas no colo, sobrepeso, cabelos grisalhos, dentes fortemente amarelados e expressão cansada, porém, feliz. Feliz. Uns sessenta anos, repito. Ainda assim, surpresa com as simples coisas da vida. Aliás, o fato de ter chovido mais n'um lado não é tão simples assim, mas naquele momento, naquela minha fase, tudo era uma tremenda besteira. Forcei, tentei sentir a mesma emoção que aquela mulher sentia. Não consegui. Fracassei. Encostei minha cabeça naquele vidro sujo do ônibus público. Eu, que sofro da mania de não pegar e nem relar em vidros, bancos e ferros de ônibus, não senti nojo ao encostar minha cabeça na janela. Me senti uma sacola plástica voando: Eu tinha certeza de que estava apenas vagando pelo mundo até alguma hora… Até eu cair.

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Lamúrias de dois mil e treze

Decidi que não quero relações profundas, difíceis de desencravar. É lindo, é dor, é inútil.

Por mais egoísta que pareça, tenho plena consciência do que faço. Depois de tantas tentativas de transmitir amor para os outros, com ou sem sucesso, o amor esgotou-se em meu eu.

Julgue-me, engula-me, espanque-me. Humane-se.

Escrevo para quem quer que seja: para ti, para mim, para nós, ele, eles. Escrevo com calma, desânimo, agonia e um quê de inércia.

Confusão é sem dúvidas o meu forte. Confusão é a definição dos meus sentimentos, sentimentos que pairam como vento de tempestade. Não sabe se fica, se vai, devasta, leva o que houver pela frente, rodopia, cima a baixo, não vejo, sinto.

Escrevo com o coração, com a vontade de extravasar o grito que lá no fundo guardo. Acordaria o mundo. Acordaria a felicidade que procuro. Acordaria? Quem é que sabe? A felicidade existe? De alguns ela se esconde. Amor? Não, obrigada. Have a nice day, já que eu não, pois decidi que não quero relações profundas, difíceis de desencravar. É lindo, é dor, é inútil.

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Silencioso amor

A cada toque, a certeza de que ela o queria. Ela o queria por perto Por perto e intensamente Intensamente e para sempre Para todo o sempre e mais um dia. (Ela o amava tanto).

Era deleitável contemplar: Olhos apertados e ternos, sorriso quase imperceptível, olhar paralisado. Ele era lindo. (Ela o amava por inteiro).

Ele cuidou da menina. Levantou Fechou as janelas Fechou os olhos para o mundo inteiro A cobriu Assim como cobriu o medo que tinha de amar.

Então, ela se virou para o lado O lado da parede Enquanto estavam ali Os dois Deitados. (Ele a amava).

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Fardo

Pesado. Quando o teratismo chamado ansiedade ataca, o mundo fica pesado. O que antes era levado com leveza, hoje é visto como um fardo.

A flor que antes eu via balançar e dançar ao som do vento, hoje é apenas um conjunto de pétalas. A história que durante o caminho para casa eu invento, com a ansiedade, se torna sépala.

Sépala que sustenta pétala. Sépalas que servem como desculpa para eu não admitir que não mais possuo pétalas.

O céu que eu contemplava era mar com um barco luminoso e infinitas algas brilhantes. Com o fardo que carrego, o corpo celeste grandioso é apenas um corpo celeste; as algas, estrelas gigantes. Ao longe.

Porque tudo é pesado. Quando o teratismo chamado ansiedade ataca, o mundo fica pesado. O que antes era levado com leveza, hoje é visto como um fardo.

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Lamúrias de dois mil e treze

Decidi que não quero relações profundas, difíceis de desencravar. É lindo, é dor, é inútil.

Por mais egoísta que pareça, tenho plena consciência do que faço. Depois de tantas tentativas de transmitir amor para os outros, com ou sem sucesso, o amor esgotou-se em meu eu.

Julgue-me, engula-me, espanque-me. Humane-se.

Escrevo para quem quer que seja: para ti, para mim, para nós, ele, eles. Escrevo-te com calma, desânimo, agonia e um quê de inércia.

Confusão é sem dúvidas o meu forte. Confusão é a definição dos meus sentimentos, sentimentos que pairam como vento de tempestade. Não sabe se fica, se vai, devasta, leva o que houver pela frente, rodopia, cima a baixo, não vejo, sinto.

Escrevo-te com o coração, com a vontade de extravasar o grito que lá no fundo guardo. Acordaria o mundo. Acordaria a felicidade que procuro. Acordaria? Quem é que sabe? A felicidade existe? De alguns ela se esconde. Amor? Não, obrigada. Have a nice day, já que eu não, pois decidi que não quero relações profundas, difíceis de desencravar. É lindo, é dor, é inútil.

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