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Blogueiras Feministas

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De olho na web e no mundo
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VI Marcha da Periferia protesta contra extermínio da juventude negra, pobre e da periferia.

Release - Movimentos sociais, coletivos de juventude e organizações da sociedade civil de Fortaleza promovem, pelo sexto ano consecutivo, a Marcha da Periferia. O evento tem como objetivo manifestar solidariedade às famílias e amigos dos jovens vítimas das chacinas ocorridas nos últimos anos no Ceará além de denunciar o extermínio e a violência contra a juventude. A marcha deste ano ocorrerá no próximo dia 14 (quarta), a partir das 15h, na entrada do Campus do Itaperi, da Universidade Estadual do Ceará (Uece).

O tema da VI Marcha é “E se fosse seu filho? E se fosse sua filha? Todas as vidas importam!”. Do Campus do Itaperi os manifestantes percorrerão as ruas do bairro. A caminhada contará com apresentações artísticas, culturais e intervenções ao longo do trajeto.

A manifestação pelas vidas dos jovens periféricos ocorre em um cenário de extrema gravidade. O Ceará vive uma crise na segurança pública que tem deixado a população ainda mais vulnerável. Todo o investimento público vai para compra de mais armas, carros e uma estrutura bélica pesada que só tem gerado mais mortes e não tem de fato enfrentado a violência.

Somente em 2017, foram 981 adolescentes assassinados no Ceará e 5.134 pessoas foram mortas no estado. Esses são dados que colocam Fortaleza como a capital brasileira com maior índice de mortes entre adolescentes no Brasil e o Ceará figura como o Estado que mais mata adolescentes de 12 a 18 anos de idade. Entre 2016 e 2017 as mortes de adolescentes em Fortaleza cresceram 91%. No mesmo período, os feminicídios aumentaram 196%.

A VI Marcha da Periferia traz como pauta ainda os seguintes temas: desmilitarização da política e da polícia; investigação rigorosa dos crimes de morte cometidos contra adolescentes e jovens; promoção e respeito aos direitos humanos na segurança pública; combate a todas as forma de opressão (racismo, LGBTfobia e violência de gênero); fim do encarceramento em massa e a degradação da vida nas prisões e centros educacionais e a legalização das drogas.

Novembro de lutas – A VI Marcha da Periferia se insere na programação do Novembro de Lutas, série de atividades que tematiza a violência contra a juventude da periferia. A Chacina do Curió é um dos episódios trágicos lembrados pela Jornada de Lutas. Na madrugada de 12 de novembro de 2015, onze pessoas foram mortas. Policiais militares são acusados do crime, que segue sem julgamento, três anos depois.

VI Marcha da Periferia

Data: 14 de novembro de 2018

Horário: 15 horas

Local: Campus do Itaperi (Uece), avenida Dr.Silas Munguba, 1700, Itaperi

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Poesia de Pamela Sobrinho.

Eu tenho medo de morrer

Eu tenho medo de morrer todos os dias

Tenho medo de não voltar para casa

Tenho medo que minha mãe tenha que me enterrar

Eu tenho medo porque sou mulher

Eu tenho medo porque meu país é um dos mais inseguros do mundo

Para se ser mulher

Eu tenho medo porque mulheres morrem por serem mulheres

Eu tenho medo da violência porque já fui vítima da violência

Eu tenho medo do meu corpo ser violado

Porque ele já foi violado por ser mulher

Eu tenho medo de não ter minha voz ouvida

Porque ela já não foi ouvida porque eu era mulher

Eu tenho medo de ser silenciada, abusada, violada, morta e mutilada

Eu tenho medo porque sou mulher

Eu tenho medo porque já tive minha qualidade intelectual questionada

Por ser mulher

Eu tenho medo de receber menos meu salário

Porque sou mulher

Eu tenho medo do parto e de não ter meus direitos respeitados

Porque sou mulher

Eu tenho medo de sair de casa, eu tenho medo no trabalho, no transporte e no amor

E todo o medo que eu sinto é porque sou mulher

Mas apesar de todos os medos, Eu me levanto todos os dias

Visto minhas armaduras de coragem, coloco a cara no mundo e enfrento meus medos

Enfrento porque sou mulher, sou coragem, sou guerreira, sou a deusa, sou mãe

Eu tenho o dom da vida em meu ventre, eu tenho a coragem das minhas ancestrais

Eu sou a neta da bruxa que você não queimou

Eu a descendente direta da deusa 

E por ter as forças nas mãos, eu decidi lutar

E eu tenho a coragem que o mundo não quer

E todo o dia eu encaro o desafio de ser mulher...

Créditos da imagem: Latin Content/Getty Images.

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Por Joana Weber:

Mulher,   

Para uma sociedade machista, não importa quantas faculdades você faça, quantos livros você escreva,  quantas lutas você tome frente. Não importa quantos filhos você crie,  quantos adolescentes desconstrua ou quantas minorias você abrace. Não importa quantas horas trabalhe, quantos litros você sue, sangre quantas dores você resista. Se o homem chega em casa e encontra a louça por lavar, Você não faz nada...

Imagem: Novembro/2015, São Paulo. Foto de Adriano Vizoni/Folhapress.

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Odaraya Mello. Vamos ajudá-la?

#Release - Odaraya Mello trabalha desde os 13 anos com arte e ganhou passagem para um dos encontros de arte contemporânea mais importantes do mundo. O Documenta 14 acontece a cada cinco anos, e em 2017 o evento ocorre pela primeira vez simultaneamente na Alemanha, e na Grécia.  

Durante este mês de residência, e para transitar entre as três cidades foi feita esta chamada virtual de apoio colaborativo se destina a despesas, máquina fotográfica (a artista possui para registros apenas celular) e um HD externo para armazenamento dos registros fotográficos. COMO AJUDAR?

1- Vaquinha

2- Participando da rifa

3- Comprando trabalhos da artista ou doação de material http://cargocollective.com/odarayamello

Agora em abril de 2017 participou e ganhou duas etapas: escolhida entre 24 de 103 (cento e três) artistas para o Seminário "A Tropicalização do Norte", https://www.goethe.de/ins/br/pt/m/ver.cfm?fuseaction=events.detail&event_id=20959843 e depois mais uma vez entre esses ficou entre os dois artistas escolhidos. Com financiamento do Goethe-Institut do Rio de Janeiro, a Escola de Artes Visuais do Parque Lage, anunciou a ida para Documenta 14 (Atenas e Kassel) e Münster Skulptur Projekte. A curadora Michelle Sommer e o artista Daniel Steegmann Mangrané disseram sobre a escolha "A comissão valorou o impacto que os conteúdos e as discussões levantadas pela Documenta 14 pode ter no trabalho de Odaraya Mello, e como pode vir a servir e influir para suas atuais pesquisas sobre diáspora, raça e gênero desta jovem artista."

A artista originária da Lapa - Centro do Rio de Janeiro e interessada por linguagens, aprendeu espanhol na convivência com seu melhor amigo de infância; depois inglês em vivências e francês em sua vida escolar. Começou na área de produção cultural como assistente nas Batalhas de Mcs produzidas pela Brutal Crew e eventos de hip-hop; e até hoje co-dirige o selo musical Café Crime: já assinou produções de arte em clips musicais, e na curadoria do web programa "Rimanessencia".

Odaraya em iorubá brasileiro, significa alegre, vivaz. Sua trajetória também inclui graffiti, performances, arte e ativismo, comerciais, vídeos institucionais, produção de peças de teatro, programas de TV e filmes. E não é a primeira vez que a artista visual se destaca - recebeu bolsa da ONG Spectaculu e se formou como cenotécnica em 2013. Em 2015 ganhou bolsa de estudos nas Práticas Artísticas contemporâneas (PAC) ao participar do coletivo imersivo de Verão da Escola de Artes do Parque Lage e a disputadíssima residência na Ilha de Itaparica SACATAR - onde surge FAGUN, livro virtual com poemas e a criação da prática de seus origâmis búzios; que compuseram em 2016 sua primeira mostra individual no Centro Cultural São Paulo. Em 2016 recebeu convite para ler seus textos na exposição de Ana Hupe "Como mover o Centro", dentro da Mostra de Artes Visuais Prêmio CCBB Contemporâneo no Rio de Janeiro.

O mote do trabalho autoral se dá na mistura da língua iorubá vinda da região  Nigero-Congolesa do continente África, mantida pelos povos tradicionais de terreiro no Brasil com práticas tradicionais de outros grupos culturais, como o origami do Japão em nova roupagem mostrando o diálogo e interrelação de antigas e novas tecnologias que ressignificam.  Assim, a ancestralidade com referencial na memória dessas outras partes do mundo nos vários continentes discute-se a diáspora no plural: europeias, asiáticas, africanas, em todas as direções e sentidos, com as mais diversas origens. Veja as reflexões que Odaraya Mello escreveu no projeto escolhido para o Documenta 14:

"A pesquisa sobre a qual tenho me dedicado é um vinco estrutural no plano boreal/austral formalizado no encontro oriental/ocidental da técnica do origami com adaptação à língua Iorubá (Nigéria/Benim)  falada nas comunidades tradicionais de terreiro do Brasil. A representação biomimética da “Moneteria moneta”, o búzio, concha de molusco que por distintas culturas já fora dinheiro, oráculo, adorno e peças para jogos; preserva em sua forma sedimentos de outras margens. A geometria orgânica dessa forma é antípoda a sua aparente fragilidade. A capacidade de registrar os encontros, padrões de organização e diversidade de práticas em sua estrutura garante a permanência de uma partícula genética de nossos vínculos sociais e a sua existência secular."

Conheça mais sobre a trajetória profissional e artística

Instagram: @OdarayaMello

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Em 25/11/2016, Dia Internacional de Combate à Violência contra a Mulher, um grupo de mulheres chegou ao prédio abandonado nº 380, da Rua Duque de Caxias, no Centro de Porto Alegre. Lá abriram a Ocupação Mulheres Mirabal. A partir daí passou a funcionar um Centro de Referência à mulheres vítimas de violência. Agora essa ação em prol da comunidade e das mulheres está ameaçada. Segue o manifesto do grupo e dia 24/05 haverá uma vigília no local.

ATENÇÃO! OCUPAÇÃO MULHERES MIRABAL ESTÁ SOB AMEAÇA DE REINTEGRAÇAO!

No dia 17 de Maio foi julgado no Tribunal de Justiça nosso recurso em relação à reintegração de posse da Ocupação Mulheres Mirabal, que resiste desde o dia 25/11/2016 e está com prazo para desocupação voluntária vencendo no dia 20/05. Em meio a um julgamento cheio de contradições (MP não intimado, os desembargadores alegando que não há crianças na ocupação, só mulheres maiores de idade e que portanto não seria necessária intervenção do MP), nossos recursos foram negados e a sagrada propriedade privada se coloca acima da vida das mulheres, numa sociedade capitalista, machista, racista.

Buscávamos a anulação da decisão de reintegração de posse e manutenção do pedido de conciliação. Nossa intenção desde o início foi buscar a conciliação, demonstrando a relevância social do projeto que construímos, mas infelizmente a Inspetoria Salesiana se recusa a nos receber, a nos conhecer, a nos ouvir; eles optaram pela via judicial e pela violência do braço armado do estado, a brigada militar, que irá realizar a reintegração de posse de um espaço onde estão acolhidas mulheres que estavam em situação de violência.

Sabemos muito bem como age a brigada militar nos morros, nas periferias e com os movimentos sociais. Temos o exemplo recente da companheira Gabi de Minas Gerais, de apenas 14 anos, que levou um tiro com uma bala de borracha durante uma violenta reintegração de posse da Ocupação Manoel Aleixo do MLB. Hoje mesmo a brigada já iniciou sua ronda à nossa casa, parando uma viatura em frente à ocupação e colocando um policial ao lado do nosso portão, para nos vigiar, mapear e nos aterrorizar.

Por sua vez, o poder público que deveria garantir as políticas públicas para as mulheres e não garante, mesmo utilizando nosso espaço para encaminhamentos de mulheres em situação de violência e vulnerabilidade, se isenta do seu papel e se omite mais uma vez ao não apresentar nenhuma medida concreta para evitar a violência que acontecerá com a mulheres; ao não intervir com medidas efetivas para evitar esse massacre, lava suas mãos.

Existem mais de 40mil imóveis abandonados em Porto Alegre, o Estado do Rio Grande do Sul possui 6 mil, e nenhum desses pode ser destinado para garantir a vida das mulheres.

Se a Igreja, o Judiciário e o Estado optaram por devolver essas mulheres para seus agressores, essa não é uma decisão que nós tomaremos. Pela vida dessas mulheres e de outras tantas que necessitam de espaços como da Ocupação Mulheres Mirabal, iremos resistir! Precisamos do apoio de todas e todos que lutam pelo fim da violência contra a mulher para vencer essa batalha!

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Como uma jornalista pode sobreviver a linchamentos virtuais por ser mulher

Sávia Barreto é editora-chefe de um portal de notícias e desde então recebe inúmeras ofensas e ameaças pelas matérias que assina. 

Os abusos não são apenas físicos. Se na frente de terceiros, um homem sente-se no direito de tocar um corpo feminino sem autorização, imagine então como as bestas se soltam na internet. O mundo virtual tornou-se campo de batalha para os mais grotescos pensamentos retrógrados e limitadores do ser humano. As mulheres são, comprovadamente, as maiores vítimas dos crimes virtuais. Elas correspondem a 65% dos casos de cyberbullying e ofensa (intimidação na internet) e 67% dos casos de sexting (mensagens de conteúdo íntimo e sexual) e exposição íntima. O número de casos de vingança pornô no Brasil, que atingem majoritariamente mulheres, quadruplicou nos últimos anos. Os dados são da ONG SaferNet.

“Homens leem cara a cara as ofensas recebidas por jornalistas esportivas: e mal conseguem terminar“, é o título de um experimento  do podcast “Just Not Sports”, que colocou frente a frente homens e mulheres que trabalham como jornalistas na área dos esportes, um espaço sempre associado ao sexo masculino. No vídeo original, eles se emocionam, constrangidos, e elas também, apesar de já habituadas com a violência cotidiana. A ideia, proposta pela jornalista Cinthia Lages, do programa Universo, da Rede Meio Norte era repetir o experimento.

Assista o vídeo: 

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Cantora Ekena lança videoclipe da música “Todxs Putxs”

#Release #FikDik

Sua filha, uma amiga, uma mulher transexual, seus amigos gays e sua mãe: são todxs putxs. A cantora Ekena já recebeu julgamentos, já se revoltou contra eles e quis dividir o seu fardo com pessoas igualmente injustiçadas e ajuizadas ao seu redor. No videoclipe de “Todxs Putxs”, lançado hoje, elas dançam choram, beijam, cantam e deixam claro que alguns rótulos jamais devem ou serão naturalizados.

Na tela, os mais diversos bio e fenotipos de mulher: crianças, gordas, negras, de cabelo raspado, velhas, hetero e transexuais. Mas nem só representações femininas figuram no vídeo, como um bissexual não-binário e um dos primeiros casais de homens gays a se casar em Araraquara, cidade-natal de Ekena, no interior de São Paulo.

​A direção do videoclipe é de Ana Moraes.​

“Todxs putxs” compõe o álbum , que será lançado no final de abril e é o primeiro disco cheio de Ekena. Acompanham a cantora os músicos Vinícius Lima, no violão; Gabriel Planas, no baixo; Israel Reinaldo, na bateria; Rodrigo Bottari, na guitarra; Alvaro Malheiros, no trompete; William de Paula, nos teclados; Luiz Octavio Rocha e Jorge Rufino, na percussão; e Ana Moraes, Daniele Adorna e Mayra Aveliz, no coro. A letra é de autoria de Ekena, assim como outras 11 das 13 que compõe .

​Assista "Todxs Putxs":

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