wildrift:
“ Diferente… Eu sou super normal. ” Contrariou sem pensar duas vezes, um bico formando-se em seus lábios ao que desviava o olhar, carregando sua típica expressão de criança birrenta. É o que ele espera que as pessoas pensem sobre si, que é um ser humano comum, mas a essa altura, como poderia enganar o outro?
“ Ele só sabe ser cachorrinho de uma vampira ranzinza que persegue os passos dele e tudo o que a gente faz é dividir esse quarto que ganhamos, porque tem gente nos vigiando desde um dia aí que fomos presos. ” Vanitas falou e falou enquanto permitia que Shin o limpasse e deixando que seu queixo fosse erguido por ele, em nenhum momento perdendo o contato visual. A fala do outro fez com que o doutor entreabrisse os lábios, piscando várias vezes depois do vampiro se afastar.
“ Fala sério, Shin. Eu não beijo o Noé, também não sinto nenhum tipo de atração, ele me odeia! E se ele tentar me morder terei que matá-lo. ” Terminou a fala enraivecido, mas nada mudava o fato de que estava começando a achar a situação engraçada, só de imaginar o que Shin poderia estar pensando sobre o que acontecia entre si e Nóe. A pergunta sobre estar com fome fora ignorada facilmente, assim como a parte do ‘deixar pra lá’ e Vanitas se pôs a rir, tossindo logo em seguida. “ Ouch, essa doeu… ” Qualquer movimento brusco ainda machuca. “ A questão é, o que você estaria fazendo aqui agora se não fosse meu amigo? ”
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Aé... Até havia esquecido que ele tinha essa questão peculiar com tal adjetivo. Em sua concepção, o diferente que era melhor e muito mais atrativo; Vanitas tinha é que ter orgulho disso, assim como Shin tinha de sua cauda por exemplo. O vampiro não ficou impressionado com a situação exposta, apenas assustando-se com a semelhança inédita que compartilhava com o outro vampiro. Cruzes... – “Okay’... Você me convenceu.” – Disse um tanto quanto perplexo. Só agora a vontade de conhecer Noé se fez realmente presente. Ainda não entendia o fato do Doutor ter insistido tanto para mordê-lo quando se conheceram, achava até então, que Noé era quem alimentava esse desejo do outro. Mas nada que pudesse pensar no momento fazia sentido, fosse o caso, conseguiria notar o aroma diferenciado do vício na corrente sanguínea do humano.
– “Talvez coincidência...?” – Respondeu-o num tom incerto. – “Eu gosto da sua companhia, então, eu poderia facilmente estar tirando proveito dessa situação.” – Refletiu. Eu tive poucos amigos de verdade Vani é nítida a diferença aqui. Adicionou apenas nos pensamentos. Arqueou ambas as sobrancelhas, era um assunto que voltava a persegui-lo, uma história repetida de décadas atrás. Como era possível se sentir tão próximo e ao mesmo tempo tão distante? De alguma forma, ainda persistia no erro, porém, em qual deles? – “Talvez eu ainda tenha essa necessidade de tentar me conectar com alguém. Nem no meu próprio irmão eu posso confiar cem por cento.” – Suspirou. – “Não sei por que eu volto a insistir nesses assuntos, eu heim’... To’ ficando igual esses vampiros chatos.” – Se encaminhou até a porta principal do quarto, levando uma das mãos até a nuca exposta, arrepiando-se com a própria diferença de temperatura. – “Faz o seguinte, trate de limpar melhor esses ferimentos que estou sentindo daqui ou eu mesmo irei cuidar disso. Volto no máximo em uma hora.” – Proferiu decidido a ir atrás do que Vanitas queria.