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          ─ O que me lembra, você tem que trocar esse trinco. Muito fácil de abrir, nada seguro. ─ Entregou uma das garrafas e colocou a caixa de pizza na mesa de centro, se jogando no sofá em seguida. ─ Senti sua falta, loira.

     --- Acredite, ninguém vai querer arrombar essa casa comigo, Sheryl e Donna aqui. -- E abriu a cerveja, colocando os pés na mesa de centro. --- Não olha pra mim. Eu não vou falar de volta, apesar de haver uma pequena possibilidade de isso ser recíproco.

c l o s e d

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Haviam mais questões implícitas dentro da palavra “hunter”, muito mais sobre o próprio Dean do que a maioria dos caçadores. Ao menor relance do pensamento, seu antebraço ardeu. Sabia que teria de contá-la algum dia sobre a marca, sua sentença, caso perca o controle sobre si mesmo. Aquela constante sensação de insegurança não diminuiu mesmo quando soube sobre Lídia ser uma semideusa — mesmo tendo total compreensão da força herdada de seu pai, ele temia pela segurança dela.

—- É.. Já imaginava ter que salvar sua vida mais vezes —— comprimiu os lábios e balançou a cabeça em um sinal negativo, mas sarcástico. —— O que acha da gente dar o fora daqui? —— O cheiro forte de álcool e éter começavam a deixá-lo enjoado. —— Se precisar descansar eu entendo, mas uma saidinha não faria mal, hm?

     Lídia se levantou e suspirou, empurrando-o com uma força consideravelmente grande, no ombro. --- Ha-ha. Engraçadinho. Eu não preciso de cara nenhum me salvando, não. Eu sozinha dou conta do recado. -- A semideusa pareceu ponderar por alguns instantes, antes de fingir dar de ombros. --- Descansar é pros fracos. -- Pegou a blusa de frio que usava por cima da regata e a arremessou na cara de Dean.

     No aro da porta, se virou, com a expressão carrancuda, porém com o ar divertido. --- Vai vir sozinho ou eu vou ter que ir te carregando, com dez pontos na barriga?

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    Arqueou uma sobrancelha, fingindo pensar. —- Pode melhorar —- esboçou ligeiramente um sorriso de canto, puxando-a para mais um beijo. Suas mãos apoiadas nos quadris de Lídia, firmes. —- É, dá pro gasto. 

     Ela revirou os olhos. --- Deuses. Eu te odeio pra todo o sempre e mais um pouco, Winchester.

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Ele sentou-se, ainda mais perto do que o necessário. —- É, tem umas coisas mais importantes —- posicionou a destra na nuca de Lídia, encostando seus lábios. —- O beijo dela é razoável. 

     Ela mordeu o próprio lábio inferior, olhos semicerrados, fixos na boca tão perto da sua. Encontrou-as mais uma vez, demoradamente. --- Razoável?

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    —— Infelizmente não consegui muito desta vez —— respirou fundo, estalando a língua em negativa. —— Ela é muito cabeça dura —— soltou uma risada baixa, observando Lídia ——, mas é bem gostosa. 

     Lídia mordeu o canto interno da bochecha e cruzou os braços, deixando um sorriso de canto escapar. --- Só tem isso pra de importante pra falar sobre ela? Por que você não... Senta aqui e me conta mais?

Crackship {Taylor Momsen & Jensen Ackles}

never-forget-my-pie

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Ele riu, franzindo o cenho pra ela. —— Não sabe? —— Sarcástico, Dean cruzou os braços. —— Uma tal de Lídia. Mas não precisa ficar com ciúmes, docinho. 

     Ela arqueou uma sobrancelha e revirou os olhos, batendo com a mão no espaço ao seu lado. --- Hm. Tanto faz. Eu não ligo pra quem você encontra, Winchester. -- Uma pausa. --- Mas me conta como que ela é. Aposto que não conseguiu muito.

     --- Que romântico, Winchester. Ponto pela criatividade. -- Fingiu desinteresse. --- Tipo quem? Você tem uma namorada, pra quem dar essa coisa?

Send me a ♀♂ for a starter with my genderbent muse.

— Se eu não te conhecesse Lídia, diria que você sentiu minha falta.

     --- Se eu não te conhecesse, Edward, eu diria que você é um belo de um pé no... Ah. Quem eu tô enganando? Todo mundo sabe que você é. -- Um sorriso, e um soco no ombro. --- Se recuperou da ressaca do casamento? Ainda parece meio chocado.

c l o s e d

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     Ele riu, muito mais relaxado. A Lídia que conhecia não era insegura, especialmente com esse tipo de coisa. Dean Winchester seria a última pessoa da Terra à julgá-la, diante de tudo o que ele enfrentou e o que um dia se tornou. Em sua sincera opinião, ela deveria estar desconfiada dele, não o contrário. Cruzou os braços, mantendo um sorriso de lado. 

—— Ares? Agora eu sei porque você é sempre tão nervosinha —— zombou, tentando deixar a atmosfera menos tensa entre eles. O que não perdurou muito tempo. A pergunta da garota lhe atingiu em cheio, desmanchando seu sorriso. —— Um hunter —— sem rodeios, ele deixou que a palavra nua e crua causasse seu efeito. O significado possuía suas variantes, como se para uns ela parecesse pior ou melhor do que realmente é. —— Agora, eu quero saber se você está “ok” com isso. 

     Ela sentou-se na maca e cruzou as pernas, arqueando uma sobrancelha. Ao ouvir sua risada um peso foi retirado de seus ombros, e enfim ela sorriu de canto, aos poucos ganhando a confiança que havia perdido. O nó que antes habitava a garganta havia se desfeito, e ela suspirou, aliviada, apesar do fato de ele não achar nem um pouco estranho a impressionar.

     --- Ares. -- Confirmou, em seguida fechando a cara, num ar ainda brincalhão. --- Você é impossível.

     Hunter. Isso quer dizer que ele... Caçava? A palavra era auto-explicativa, porém, ela não sabia o que pensar. Criaturas mitológicas gregas não perseguiam humanos. Para todos os efeitos, ela o ergueu uma mão, ansiando por seu toque. Assentiu, depois fez um movimento com a cabeça para que ele se aproximasse. --- Hm... Eu acho que por mais que eu saiba me proteger, ter um guarda-costas é sempre bom.

c l o s e d

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     Foi inexplicavelmente desconfortável para Dean observar Lídia, com seus olhos de cor intensa fitando-o. Ela parecia estar encurralada, vulnerável como ele nunca a vira antes. Apreensivo, Dean se limitou a balançar a cabeça positivamente, concordando com cada palavra. Qualquer coisa que ela fosse e o dissesse, não o surpreenderia como caçador. 

—— Aquilo era possessão. Um demônio pegando emprestado um corpo humano —— esclareceu, cauteloso. Sentia-se na obrigação de lhe dar uma explicação sobre o ocorrido, pois a sensação de culpa ainda pesava suas costas. Devia a Lídia uma apresentação formal de si mesmo; assim como ela fazia. Então, suas sobrancelhas se uniram em uma expressão incerta. —— Metade? —— Aquilo não parecia fazer muito sentido. 

     Exceto, porém, por uma vaga lembrança. Haviam híbridos com quem o Winchester já havia encontrado. Humanos e demônios, humanos e Deuses. —— Tipo um semi…deus? —— Arriscou-se pela melhor opção, ainda sério. —— Semideusa?

     Aquele olhar analítico de profissional era algo que a assustava. Nunca havia o visto assim, tão sério, tão tenso. Também, ela própria nunca havia mostrado-se tão fragilizada, tão sem palavras para explicar algo, ou para respondê-lo. Lídia pigarreou e endureceu a expressão, tentando-se posicionar indiferentemente, o que foi pouco efetivo. As palmas das mãos estavam ligeiramente suadas e o coração com um aperto estranho. E se ele não a aceitasse? Apesar de tudo, continuou com a explicação. Sentia que ele a merecia.

     --- Não tipo. -- Outro pigarro. --- Eu sou. -- Mordeu o lábio inferior. --- Ares. Então... Hã... Se você não estiver "ok" com isso, eu não vou ligar de você sair. -- Um nó se formou na garganta. --- Eu só quero uma explicação antes de você ir. O que você é, Dean Winchester?