xcalixto:

- Tem sim. - respondeu Xavier franzindo a testa, um tanto quanto contrariada. - Acho, inclusive, que você está atrasado.

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“Quê?” Onde tinha baile? Ninguém falou nada, ninguém mandou nem uma carta. “Não sabia que ia ter mesmo!”

- Estava passeando pela cidade semana passada e vi um outdoor... - interrompeu-se; nunca sabia ao certo como pronunciar aquelas palavras estrangeiras. -... Informando que haveria um baile na praça central às nove da noite. São dez horas, se você correr acho que dá tempo.

Deu de ombros. Ela nunca havia participado de quaisquer comemorações natalinas: - Enquanto isso estarei fumando uma pontinha inocente.

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“Não tem baile de natal esse ano?”

- Tem sim. - respondeu Xavier franzindo a testa, um tanto quanto contrariada. - Acho, inclusive, que você está atrasado.

Observando tudo e fumando.

Ajeitou-se ao lado do louro incógnito, imitando seu ato após refletir se deveria fazê-lo ou não; tirou do bolso um baseado, botou-o na boca e não tardou a acendê-lo com um isqueiro o qual nem lembrava que existia, há tempos não vestia aquela saia. 

- Pessoas são tão interessantes, não?

- É o famoso ‘quem com ferro fere, com ferro será ferido’, hum? 

“Talvez sim… talvez não.” Sorrisinho de canto porque achou aquela pessoa um pouquinho interessante.

Não devolveu o sorriso, embora tal atitude fosse pouco cortês; continuou fitando-o com um ar de reprovação: - Mais para sim do que para não.

“Natal chegando… e eu só pensando nas desgraças que posso causar.”

- É o famoso ‘quem com ferro fere, com ferro será ferido’, hum? 

– Fumantes que não tem isqueiro são tão comuns assim? – a pergunta fora mais uma observação feita a si mesma. – Você me parece com um rapaz que conheci, aliás.

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“Não sei, mas o meu isqueiro quebrou. Um deles, ao menos. Um fósforo também serve.” Qualquer coisa que acendia já servia. Ela até já pensou em instalar um isqueiro no braço mecânico que tinha para evitar episódios como este. “Não sei se me sinto ofendida por ter dito que eu me pareço com um rapaz, mas garanto que albinos não são coisa comum hoje em dia.”

Procurou o isqueiro dentro do maço de cigarros que levava consigo dentro do bolso da saia plissada e ofereceu-o à outra; pensou se deveria imitá-la e também acender um, mas logo descartou a possibilidade.

– Garante, é? – riu, incapaz de controlar o mau humor presente nas palavras. – Albinos são mais comuns do que parece.

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“Ei, licença, ‘cê tem um isqueiro pra me emprestar?”

– Fumantes que não tem isqueiro são tão comuns assim? – a pergunta fora mais uma observação feita a si mesma. – Você me parece com um rapaz que conheci, aliás.

Antes de adormecer totalmente de novo, ouviu o recado dela, apesar de não ter compreendido completamente. Agradeceria pela gentileza na hora, mas não conseguiu. Foi abraçado por seu sono, voltando a acordar só uma hora depois. A cabeça ainda doía, e sentia-se como lixo. Sedento, também, então ver o copo d’água perto logo ao seu alcance foi uma bênção, juntamente com as aspirinas. Conseguiu ingerir a aspirina sem a ajuda de líquido por já ter o costume, podendo deixar a água toda apenas para matar um pouco sua sede. E bebeu tudo, mesmo que a água estivesse quente. Ficou mais um minuto na cama parado, até que viesse a coragem necessária para levantar-se. E quando o fez, dirigiu-se até a francesa com passos lentos e pesados. ❝Bom dia. Obrigado pelas coisas.❞ Coçou a nuca, sem jeito. ❝Tem certeza que é de manhã? Algo me diz que é de tarde.❞ Comentou. Quanto tempo ele dormiu depois de ser acordado? Ele espera que ainda desse tempo de tomar o chá das cinco.

Até que o rapaz despertasse novamente, Xavier foi capaz de concluir dois livros antes lidos até mais ou menos a metade e os separou do restante; colocá-los-ia na parte de livros ‘usados’ de sua livraria – todos tão bem conservados que pareciam novinhos em folha, o que não a impedia de vendê-los a um preço bem mais baixo. Dinheiro e lucros eram questões pouco relevantes em sua vida.

Um pouco distraída, os olhos levantaram – assim fez com o canto dos lábios quando o viu caminhar, os passos lentos como se fosse um martírio dos grandes. Num ímpeto, levantou-se e por um segundo ficou sem saber o que fazer, então logo voltou à cadeira onde estava sentada.

– Não precisa agradecer, Raven. – e olhou o horário indicado no relógio pendurado na parede. – São quatro e dezesseis da tarde agora. Mas eu aconselho que se sente aí até que as aspirinas comecem a fazer efeito.

                — De qualquer forma, eu fujo de hospitais, não é o melhor lugar do mundo. — comentou ao exibir um sorriso leve, as mãos ocupadas em desenrolar uma pequena parte do rolo de papel higiênico para que pudesse levar este pouco depois até o próprio nariz, de forma que pudesse tentar estancar a ferida aberta; acidentes aconteciam, era claro, mas não imaginava que isso poderia acontecer em um clube noturno ou algo do tipo, ou ao menos não com tal gravidade. — Sou grata por ter se preocupado.

                   Pressionou pouco mais o papel sobre a ferida antes de ter que o descartar para que pudesse pegar pouco mais e repetir o processo. Suspirou e passou a mão livre pelos cabelos curtos bagunçados antes de virar-se para que pudesse encarar a outra; se tinha algo que desejava muito era não parecer insana toda vez que sujava-se com sangue.

– Concordo. – soltou tal comentário em relação aos hospitais. A única vez que foi num fora há décadas passadas, quando visitou alguns acidentados da trupe. Não gostava de se lembrar da ocasião, então logo dispersou os próprios pensamentos, aproximando-se da outra. – Um segundo.

Não que estivesse ao todo desesperada, mas como Xavier era capaz de ajudá-la, o faria. Tocou os dedos da destra na bochecha da desconhecida e pressionou o polegar por alguns milésimos de segundo numa região próxima ao nariz, a qual se concentrava um pouco mais de sangue. Sorriu; aquele toque ligeiro fizera sumir toda a mancha avermelhada do rosto pálido da ignota – e a francesa ficava feliz em saber que suas mágicas ainda funcionavam a todo vapor.

– Olhe no espelho agora. – desvencilhou os dedos, dando-lhe uma piscadela.

Ajuda!

Pessoal, eu estou aqui para pedir um favor para vocês.

Uma amiga muito querida sofre de uma depressão profunda há muitos anos, ela - inclusive - já tentou suicido uma vez, ficando vários e vários dias internada por causa disso. Desde então, amigos mais próximos e alguns familiares, têm ajudado ela a melhorar. Ainda que ajuda não seja de forma efetiva, o auxílio e a compreensão das pessoas, a ajudou bastante. Contudo, a depressão continua. E ontem, ela teve um surto e acabou cortando todo o cabelo. Hoje, ela veio até mim perguntar se eu não tinha ou conhecia alguém que vendesse perucas. Ela não entrou em muitos detalhes, mas eu imagino que sejam perucas simples e de tons naturais (acredito que castanho ou preto, já que ela tem descendência nipônica), curtinhas até a altura dos ombros (ou até um pouco menor que isso). Eu venho aqui até vocês, não para pedir dinheiro, mas sim perguntar se você tem alguma peruca que não use mais (seja para cosplay ou o que for), que esteja em boas condições e queira vender.

Se não puder ajudar, repasse essa mensagem. Vai que alguém conhece ou queira vender. Ela mora em Goiânia, mas temos aí os correios e tal. Por favor, ajudem a minha amiga. Ela é MUITO querida pra mim e está passando por um momento MUITO difícil.

Obrigada desde já. ♥ Em caso de alguma dúvida ou até se você tiver a peruca aí para vender, entre em contado comigo. Pode deixar uma ask ou uma mensagem de fã, que eu passo meu Facebook p’ra gente conversar melhor.

Mun & Muse: A Comparison by Me

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