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KEREM BÜRSIN BRASIL

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O BBR é sua nova fonte brasileira de atualizações diárias sobre tudo que envolve o ator e ativista Kerem Bürsin.
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[ENTREVISTA] Kerem Bürsin para a ReTouch Magazine

Tradução: KEREM BÜRSIN BRASIL

Proibido reprodução na íntegra, mesmo com créditos.

Nos siga em @bursinbrasil (Twitter/X e Tumblr)

Desde que entrou em nossas vidas há 10 anos com 'Güneşi Beklerken', Kerem Bürsin é sem exceção alguém que muita gente tem curiosidade de conhecer. Quase não tem um momento onde não escutamos seu nome! Por trás de sua famosa beleza, ele mostra ser dono de um caráter completo, inspirador, bom coração, modesto e muito doce, e como se não bastasse, ele deslumbra nossos olhos e conquista nossos corações toda vez. Nós queríamos o conhecer mais de perto para nossa primeira edição do Ano Novo, e estamos muito felizes por dar início a 2024 de uma maneira tão bela...

Primeiro de tudo, gostaria de parabenizá-lo pelo prêmio Pantene Borboleta de Ouro mais uma vez. Como é ser considerado digno de um prêmio tão elegante pelo seu trabalho?

K: Eu não penso muito sobre isso, acho. Claro que o prêmio é uma boa recompensa, mas não é o que me motiva. Claro, você também é exaltado, se sente honrado. Mas acho que minha família e círculo próximo também não ligam muito... Tipo, geralmente eles reagem com um "Bom, que legal, okay". Agora, não quero falar algo que vai causar discussão mas você não ganha só por popularidade. O trabalho e o desempenho de uma pessoa deve ser realmente apreciado.

Você obviamente estava no tópico das redes sociais na premiação. Alguns fizeram piadas, outros críticas duras.

K: As pessoas claro que não sabem o que se passou pela minha cabeça naquele momento. Sendo honesto, fiquei muito tempo decidindo entre ir e não ir ao prêmio. Já era estranho para mim que algo assim estivesse sendo feito em um momento como este*. Todo mundo já está pronto para uma reação: 'Por que você não disse isso, por que você não fez isso...', o que eu entendo e respeito. Porquê sim, se for uma situação social, acho que deve-se escutar e algo deve ser feito. Deixe-me explicar assim, sou do tipo que fica um pouco surpreso quando olho para os tópicos e reações globais. Se você compartilhar algo sensível e vender outra imagem ou continuar sua vida logo depois, não me parece muito sincero. Mas o mundo está acostumado com isso.

*Nota da tradutora: provável que ele se refira ao contexto social daquele momento.

Você também respondeu muito docemente ao Onur Atilla, que te imitou na cerimônia, este é um aspecto admirável em você.

K: Vamos voltar àquele primeiro momento, por exemplo, o que se passava na mente de Kerem naquela hora? Okay?... Tipo, estou aqui agora, depois do segundo 'okay' o que devo falar agora? E depois enfim, falei, vou agradecer às pessoas e sair de cena. Foi isso que aconteceu comigo. Não era sobre levar ou não a situação a sério. É como exteriorizar seus pensamentos. Além disso, essa situação é um pouco absurda. Ok, deixe-me subir ao palco e falar sobre nossas dores*... Mas estamos aqui e uma celebração está acontecendo, então vamos rir disso depois de sair do palco, mas para mim não me parece muito sincero. É claro que tenho respeito infinito por quem consegue fazer isso. Afinal, é sua plataforma, mas acho que é uma questão de escolher como usar essa plataforma. Existe um lugar e momento certo e, se você vai julgar uma pessoa por isso, tudo bem, eu respeito o pensamento das pessoas. É por isso que para mim o que Onur Atilla fez foi bastante normal. Deixe as pessoas riem um pouco também, estamos na indústria do entretenimento. É por isso que não me importei muito.

*Nota da autora: novamente, menção ao contexto social daquele momento.

Como alguém que entende sobre ser bilíngue (que fala duas línguas), eu me pergunto como você lida com essas críticas/piadas?

K: Se você olhar para o Instagram de muitas dessas pessoas que reagem, vai ver que eles escrevem legendas em inglês. Isso se transforma em algo: quando alguém que sabe falar inglês fala inglès, há um problema, mas quando alguém que não fala inglês fala inglês, 'it's Okay'? [Está bem?] Não sei, ainda estou tentando entender isso mas, por um lado, não me importo. Porque no fim do dia esse sou eu. Se você goste ou não...

Sim, e não é só na Turquia, existe um público que aguarda qualquer erro de famosos em todo o mundo para começar instantaneamente a cultura de linchamento e você também tem um pouco desse público...

K: Isso é provavelmente parte do jogo [ser famoso]. Um dia algo acontece, um dia você faz alguma coisa, vai ser o tópico. É quase como a vida, existem altos e baixos e é super normal.

Os projetos que você participa estão, sem exceção, sempre sendo comentados. A que você atribui isso?

K: Eu realmente não sei. Não sei se penso muito nisso também. Alguns projetos merecem sim e outro não merecem. Provavelmente as produtoras estão fazendo seu trabalho certo e bem.

Até agora, teve algum projeto que você encontrou onde você disse 'É isso!' e aceitou o papel de olhos fechados?

K: Por exemplo, se estamos falando de séries, séries variam muito, especialmente as nossas dizis [séries turcas]. O personagem que você conhece no primeiro episódio da série e o personagem do 13º episódio às vezes acaba se tornando uh-oh e cabe a você fazer uma transição suave nesse personagem. Mas se eu me senti assim com algum personagem? Ainda não experimentei isso que você falou. Mas você vê um potencial e vê o que pode fazer com esse potencial. Essa situação é bem mais: "Hmm isso é algo bom, você pode brincar com isso, você pode fazer algo com isso. Ou se esse mundo já é bom e você pode adicionar um sabor a mais nesse mundo, que bom pra você. Eu também olho para os meus personagens como se fosse um relacionamento. É como se estivesse saindo jantar com ele, comparo assim. Quando você lê o roteiro pela primeira vez, você começa a analisar um pouco o personagem, se você gosta ou não. Vamos nos encaixar ou não? Em suma, me diverti muito com os personagens que interpretei. Claro que também teve alguns que me deixaram muito entediado.

Hoje em dia, infelizmente aparência é tudo e a sua beleza é uma beleza indiscutível. Genes... O talento também é muito importante, claro, mas a beleza leva a pessoa mais longe em todos os setores, vamos aceitar essa situação. O que a beleza significa pra você?

K: Eu entendo o que você quis dizer, mas em vez da aparência, acho que essa razão está na aura. Você pode ser uma pessoa muito bonita, claro que isso pode acender uma faísca e atrair atenção. Isso cria expectativas e atender a essa expectativa pode ser uma desvantagem. No entanto, acho que à medida que vamos envelhecendo, nossa perspectiva muda com o tempo. Por isso, acho que a aparência é importante, sim, mas o que importa na aparência é a aura de "Essa pessoa ama a si mesma, olha para si mesma". Mas não sei, por exemplo, se estamos falando do set, aquilo não é eu. Tem maquiagem, o cabelo é feito, então uma hora é gasta lá. Meu eu natural não é assim and that's okay [e tá tudo bem].

Você é alguém que usa as redes sociais o tanto quanto é necessário, você tem 11 milhões de seguidores. Como é ter um público que é tão curioso sobre você e todos os seus passos?

K: Eu também não me apego muito nisso. Eu nunca reagi como 'Oh tenho 11 milhões de seguidores', mas, por exemplo, acho que consegui me comunicar com as pessoas que me apoiam nas redes sociais. O que me mantém humilde é a comunicação ocasional com essas pessoas, às vezes ver as coisas bonitas que eles fazem/escrevem me motiva. Isso me transforma em uma pessoa cheia de gratidão. Eu também não me empolgo lá. Porque você não sabe o que é real ou não. No fim do dia, é um lugar artificial e eu não levo tão à sério, acho muito mais agradável tentar criar um ambiente mais íntimo só com o que eu compartilho.

Você viveu em países muito diferentes por um longo tempo e vivenciou muitas culturas. Como essa situação moldou o Kerem Bürsin de hoje? Quando e como aconteceu seu retorno à Turquia? Eu sempre tive muita curiosidade sobre como você tomou essa decisão.

K: Acho que isso afetou muito a pessoa em que me tornei (minha personalidade). Essas experiências, as pessoas com quem eu vivi, tudo isso certamente me moldou. Cada país onde morei tem sido um lugar que eu posso chamar de minha casa. Então isso é uma coisa diferente e bonita. Eu acho que você pode vivenciar o conforto da adaptação, a melhor coisa é isso. Você sabe que você pode sobreviver em qualquer lugar, desde que tenha os meios necessários. Abertamente, eu não tinha um plano para vir à Turquia. "É realmente atuação? Todo esse esforço vai valer a pena, você vai ter que sacrificar muita coisa..." Foi uma época me que eu me questionei muito e também encontrei a dolorosa realidade da vida. É por isso que a Turquia foi uma fuga sobre tudo para mim. Eu também não conhecia ninguém quando cheguei. Eu tinha minha avó, meu avô e poucos amigos. Nunca havia conhecido Istambul. Então foi interessante, claro. Depois me encontrei com pessoas incríveis como Mine Güler, Devrim Yakut, Altan Dönmez, minha empresária naquela época Gaye Sökmen... Eles também foram um grande apoio. E aí, quando essas pessoas entraram em minha vida de alguma maneira, eu disse "Sim, você vai ser um ator" e vim por mim mesmo.

Sua profissão não é conhecida só dentro da Turquia, você é uma pessoa internacional. Como você acompanha as diferenças de trabalho aqui com as produções internacionais? Não apenas a diferença de culturas, mas acredito que existem muitas diferenças de disciplina e no trabalho também.

K: As condições não são iguais. Quando falamos sobre condições não serem iguais, falamos sobre a indústria das séries como, por exemplo, o fato de que eles estão filmando um roteiro de 45 páginas em uma ou duas semanas. Nós filmamos um roteiro de 130 páginas em 5 ou 6 dias. Então, como as condições não são iguais, claro que a qualidade do trabalho também não é igual. Por exemplo, traga aqui a equipe que trabalha sobre aquelas condições e as coloque nessas condições, acho que elas não vão conseguir, mas coloque nossas equipes naquelas condições e nós faremos coisas extraordinárias. Porquê há condições muito mais confortáveis e humanas.

Hoje em dia, quase todo jovem tem a vontade e o sonho de ter uma vida no exterior. Como alguém que viu o Sonho Americano [American Dream], o que você acha dessa situação? Eu sei que a cada dia que passa você está mais conectado à Turquia, mas você tem planos de algum dia levar sua carreira para outro país?

K: Vamos dizer assim, eu amo sim muito esse lugar. Especialmente quando filmamos o comercial de uma companhia aérea, vimos muitos lugares e conhecemos muitas pessoas nesses 42 dias de set. Aqui é um país incrível! De verdade, eu amo meu país. E por um lado, me sinto muito sortudo. Porquê temos um país com um setor que produz séries, filmes e teatros como loucos. A produção não para. Também veja um potencial sobre isso pois também amo escrever. Um dia também gostaria de ser diretor. Quando penso por esse lado, passei os meus últimos dois anos escrevendo. O potencial desse lugar nesse setor ainda é estranho. Se eu quero viver no exterior? Claro. Definitivamente há planos mas sempre terei um pé na Turquia.

O quão perto você está do seu maior sonho?

K: Nem um pouco.

Lembro claramente dos dias que você entrou em nossas vidas. Quando assistíamos 'Güneşi Beklerken' pensávamos "Quem é esse?". Como foi seu primeiro projeto para você naquela época? Por ser recém-conhecido, ter que se adaptar...

K: Foi muito diferente, foi muito bonito. Tive realmente muita sorte de poder entrar fazendo um personagem assim e foi incrível trabalhar com um diretor como Altan Dönmez. Nosso set era inacreditável, todos nós nos dávamos bem, nos divertimos muito e a série foi muito boa. Gökhan Horzum estava escrevendo. Então, houve fatores [que contribuíram] extraordinários e eu fui muito muito sortudo. Por outro lado era meio estranho, porque eu era uma pessoa que pegava muito metrô, andava como louco. Quando cheguei à certo ponto, quando não pôde fazer tudo confortávelmente, disse um 'Droga' mas tentei não parecer muito mimado. Já não tinha muitos amigos ou família de toda forma.

Por exemplo, você disse sobre ser mimado. Se você não estivesse na minha frente e te visse como apenas a pessoa que assisti na série de televisão, eu diria que você seria um pouco * e presunçoso por causa da sua aparência. Por sorte, aprendemos a não julgar pela aparência e você tem uma personalidade única, então estava muito animado...

K: Infelizmente, muitos dizem isso para mim e tristemente eu os entendo claro, mas me fez feliz que você se sente assim.

Ok, estou curioso, como é a pessoa Kerem Bürsin em sua vida real?

K: Em minha vida normal, não sei, sou uma pessoa que gosta de jogar Playstation, fazer meditação, ler livros, uma pessoa que gosta de ficar sozinho mas também alguém que se diverte com seus amigos. Acho que não mudei muito em comparação com antes. Quando estou me divertindo, amo me divertir, se não estou me divertindo também estou okay... Nos últimos tempos, comecei a me interessar pelos bastidores desse trabalho. Por isso que a maior parte do meu tempo livro é passado com roteiros.

O set acabou, você vai parar a casa e está sozinho. O que você quando fica sozinho consigo mesmo?

K: Geralmente após o set finalizar eu sento em silêncio um pouco. Eu realmente paro. Acho que para digerir, pensar em tudo. Porquê há um fluxo de energia muito intenso no set, tanto física quanto mental. Você está conversando com 100 pessoas, você está fazendo alguma coisa. Ao mesmo tempo, quando eu chego em casa saio do personagem, geralmente brinco com o meu cachorro e depois acendo a lareira, sento e observo o fogo em silêncio.

Uma palavra, uma pergunta: 'Como é a sensação de encarar você?'

K: Clareza.

Você tem colaborado com muitas marcas por muitos anos. Estou curioso sobre como é sua abordagem sobre moda.

K: Eu estou trabalhando para melhorar um pouco nesse assunto. Eu amo simplicidade e sou clássico.

Ser elegante ou não desistir do conforto?

K: Elegante e confortável. Se eu tiver que ser elegante, então certamente vou procurar uma maneira de estar "o mais confortável possível" nessa elegância. Mas geralmente, não tenho um esforço muito especial para ser elegante.

Você é introvertido ou extrovertido?

K: Acho que sou um introvertido que se parece com um extrovertido.

O que é mais importante: sorte ou trabalho duro?

K: Acho que ambos são muito importantes. Você pode trabalhar muito mas pode não ter sorte, eu acredito nisso pois tenho exemplos. Você pode ser muito sortudo, mas pode não ser capaz de valorizar essa sorte pois você não trabalhou duro o suficiente. Então eu acho que os dois são como elétrons ligados a um átomo. Se você trabalha duro então sim, talvez você tenha sorte de valorizar essa oportunidade mas a razão da sua sorte também é você trabalhar duro. Afinal, o que é sorte? Acho que é você encontrar a oportunidade certa no momento certo.

Você é uma pessoa que acredita em destino ou acredita que nós mesmos desenhamos nosso destino?

K: Eu definitivamente sou uma pessoa que acredita em "jogar pro universo, o que quer que aconteça aconteça, o que não acontecer não era pra ser", mas cabe um pouco á você desenhar o seu destino. Analisar e valorizar o aspecto positivo da situação e levá-la à algum lugar está em suas mãos. Você desenha esse destino, mas geralmente algumas coisas são tipo "Sim, isto está além de mim, deixo pra você, vamos ver sua magia". Em alguns casos, você não pode confiar só no universo e precisa dizer "deixa isso comigo". Deveria ser assim, como se você fosse fazer compras.

O que você não pode suportar em uma pessoa?

K: Desrespeito. Alguém que se acha superior.

Você é uma pessoa da manhã ou da noite?

K: Manhã.

Eles te chamam de Cowboy Turco (Turkish Cowboy). Sobre isso, Clint Eastwood ou Lee Van Cleef?

K: Hmm... Olha que pergunta boa. Se falarmos sobre o 'The Good, The Bad and The Ugly', claro que Lee Van Cleef. No entanto, Clint Eastwood é um artista de quem admiro bastante sua direção. Então, para filmes Lee Van Cleef, geral Clint Eastwood.

Muitas mulheres, um coração e uma curiosidade: como é o Kerem Bürsin apaixonado?

K: Estar apaixonado é um nível diferente pra mim. Eu quero tanto isso e sou uma pessoa que ama romantismo e acredita nisso [em romance]. Histórias românticas, momentos românticos, acho que são muito fofos. Eu gostaria de construir momentos românticos espontâneos assim com alguém.

Começamos 2024 com você, digamos que desejo que isto traga boa sorte para os dois lados. Enquanto dizemos nossas últimas palavras, gostaria de escutar seus desejos de Ano Novo...

K: O Ano Novo para mim... Eu amo muito. Eu tenho um ritual para mim e entro nesse ritual no Ano Novo. Lá eu penso no que deixamos pra trás no geral, no que alcançamos. Como cidadãos do mundo, desejo que nós podemos realmente escolher tomar decisões coletivas pacíficas e felizes. Agora é hora de vocalizarmos por felicidade e paz e espero que muito em breve alcancemos isso. O mundo é um lugar milagroso. Olha, até li um artigo outro dia, adoro ler esse tipo de coisa. Tenho muito interesse em coisas do espaço. No artigo que li, me deparei com isso: quase todos os minerais encontrados na Terra, encontramos no espaço. Ou seja, pedras, diamantes, etc. Há planetas gigantes cheios de diamantes, por exemplo. Tem tudo. De milhões de planetas, só uma coisa não encontramos ainda em nenhum outro, não tem madeira, não tem árvores. Se você pensa assim, as coisas mais valiosas do mundo são isso. É ainda mais valioso que um diamante. Isso coloca tudo em uma perspectiva tão bonita... Precisamos apreciar e amar o lado milagroso de nosso planeta. Esse é meu desejo.

Tradução por KEREM BÜRSIN BRASIL (@bursinbrasil)

Proibido reprodução na íntegra, mesmo com créditos.

Atenção: Alguns contextos foram levemente modificados ao traduzir do turco para o português, sem que perdesse o sentido original da fala do ator.

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HAFSANUR SANCAKTUTAN & KEREM BÜRSIN

Por favor, cuidado! Nessas páginas contém duas estrelas apaixonadas pelo seu trabalho, extremamente respeitáveis com trabalho em equipe, que lutam com todas as forças pelo melhor resultado, que nunca perdem as boas energias e intenções apesar do cansaço, e quem eu tenho o prazer de conhecer pessoalmente.

Reportagem por Inan Kandemir

Tradução por KBBR | @bursinbrasil (c)

Não há um pingo de exagero no aviso que você leu acima. Um deles chegou ao set sonolento após sair do set da série de TV que terminou ás 7 da manhã. O outro foi levado a mais um ensaio que seria seu terceiro do dia, no caso o da nossa revista. Além disso, sem reclamarem, sem dizer uma palavra sequer…

Me colocando no lugar deles, nesse ritmo eu poderia cancelar essa sessão de fotos da revista no último minuto, mas eles não o fizeram. Hafsanur Sancaktutan e Kerem Bürsin. Apenas esse comportamento educado e atitude profissional já me fez ser fã deles. Sem falar nas poses extraordinárias que eles fizeram para as lentes de Turan Ertekin durante a sessão de fotos para a revista. Eu me derreti enquanto olhava para eles durante o ensaio. Não imagino vocês. Enfim, sem perder a seriedade do diretor editorial e de moda, irei voltar para a entrevista. Com a energia calorosa que recebo de Hafsanur e Kerem, quero que a entrevista se desenvolva naturalmente. Falando, compartilhando como se estivéssemos em uma conversa entre amigos. Deixei de lado as perguntas que preparei e começo em um caminho mais simples e direto. Sentamos no banco da varanda do estúdio. À minha direita está Hafsanur, Kerem se junta à conversa logo após.

“Como você está?”, perguntei para Hafsanur. “Como a vida está indo?”

“Muito rápida. Tenho um estranho medo da rapidez, mas estou feliz. Comecei a me sentir mais energética e animada. Chegando ao interior desse medo “Eu sou muito rápida. Tenho medo de cair” diz com toda sua verdade e sinceridade. Kerem está presente enquanto ela fala sobre aprender a cair e se levantar. Ele está em pé parado em nossa frente, mantendo-se apoiado levemente no balcão da varanda enquanto escuta Hafsanur. “Tenho medo de cair e me machucar. Se eu cair certamente vou me levantar, mas não tenho certeza se poderei voltar com a mesma empolgação e coragem. É disso que tenho medo.”

Kerem, por outro lado, fez uma mudança que o libertou de seus medos. “A vida agora está me lembrando constantemente que preciso deixar [tudo] fluir. Estou em um período em que tento me entregar”, ele disse, deixando a entender que entrou num estágio de maturidade. “Nos meus 20 anos, eu não tinha certeza do que eu queria ou como eu queria ser moldado. Hoje sei muito bem o que eu quero e o que não quero.”

Vou explorar um pouco o tamanho dessa rendição. Rendição incondicional ao universo ou uma rendição a si mesmo? “Na verdade, é tudo. É somente sobre encontrar o equilíbrio enquato se deixa levar. Vamos falar da água. Enquanto você lutar contra a correnteza, você não chega a lugar nenhum. Quando se render ao fluxo da água você poderá seguir em frente.”

“É assim que você evita se afogar”, Hafsanur entra na conversa. Quando ela ia falar sobre se entregar, Kerem a interrompe com uma risada. “Ela é muito pequena ainda!”

Sim, ela tem só 23 anos mas está ocupada se criando. “Encaro a realidade e me entrego a esse confronto. Estou tendo novas percepções. É um pouco doloroso mas é bom explorar. Conhecer as pessoas de verdade, sem máscaras às vezes é uma decepção, mas percebo que isso me alimenta. É um teste maravilhoso de observação. E é bom pra minha atuação.”

Apesar da descrição de Kerem sobre equilíbrio, Hafsanur diz que gosta tanto de desequilíbrio quanto de equilíbrio. Ela sabe que sua vida não pode ser constantemente serena. “Eu gosto de me afogar e flutuar”, diz e dá uma pequena deixa à Kerem. “Ele parece equilibrado mas não é. Ele é a pessoa mais instável que já vi na minha vida.”

O signo de Kerem é Gêmeos, o ascendente em Leão. Embora agora ele afirme estar mais pra Leão, ele é Gêmeos em toda sua glória quando o assunto é instabilidade. Eu não disse, Hafsanur disse: “Não, você é todo geminiano.”

Kerem retorna ao tópico da maturidade. “Você tem muitas fichas para gastar aos seus 20 anos. Eu já não tenho mais tantas fichas pra gastar”, diz e ri com uma expressão travessa. “Depois desse tempo, é preciso apostar as fichas certas. Por isso é muito importante experimentar de tudo na idade jovem. Para que depois você saiba onde e como gastar suas fichas.”

Uma objeção imediata vem de Hafsanur. “As fichas não acabam. A energia não acaba. Todos deveriam ter direito ilimitado a essas fichas até morrerem. Você deve poder cometer quantos erros quiser. É pra isso que existe a vida.”

“Quando você chegar aos 30, veremos”, diz Kerem rindo. A provocação fofa entre eles vêm do respeito e confiança que eles têm um pelo outro. É claro que ambos se dão muito bem dentro e fora do set. Eventualmente, tudo é questão de se sentir realizado. Uma pessoa nunca estará satisfeita. Quando está realizado de um lado, estará sofrendo em outro lado.

Baseado em sua nova série Ya Çok Seversen, onde dividem o papel principal, os pergunto diretamente se teriam medo “se eu amar demais?”. “Muuuito”, Kerem deu a resposta. Outra pergunta direta vem. “Por quê as pessoas tem medo de amar?”

“Eu me apaixonei uma vez na minha vida e só posso responder essa pergunta por mim mesma. Eu tenho medo de amar demais mas eu também quero [amar demais]. Quando você se apaixona, você confronta muitas versões de si mesma que não conhecia. Talvez esse desconhecido gere o medo”, diz Hafsanur. Para Kerem, vamos mudar um pouco a pergunta. “Você já teve medo de que não amasse demais?”

“Eu acho que tudo começa com o amor próprio. Medo e destemor. Você só pode amar outra pessoa tanto quanto ama a si mesmo. E ai de você se você não se ama!”, diz e acrescenta: “Não estou dizendo isso de forma egoísta. O que eu quero dizer não é amar de maneira egoísta. Você tem que se amar a ponto de gostar de compartilhar essa multitude [do sentimento]. Compartilhando, melhorando e, mais importante, curando.”

Kerem pensa que a rede social modela negativamente a compreensão do amor hoje em dia. “Estamos em um período onde a todo segundo nos sentimos insuficientes. Estamos cercados por mensagens como ‘Você não é bom o suficiente, você não é bonito, você não está em forma’ e somos constantemente levados a nos sentir insuficientes. Em relacionamentos bilaterais, muitas vezes nos sentimos insuficientes ao outro lado. Mas somos suficientes, só precisamos lembrar de amar incondicionalmente, talvez precisamos aprender de novo do início.”

Na minha opinião, Kerem é um homem que sabe amar muito bem. Me pergunto enquanto ele está em minha frente. Como um homem deveria amar, perdão, como uma pessoa deveria amar; quero que ele explique detalhadamente.

“É exatamente isso! As pessoas devem amar. Independente de homem e mulher, [a pessoa] deve ser capaz de se libertar de gêneros e amar a alma. Amor não é um sentimento raso, é algo profundo. Você precisa mergulhar, cavar, confrontar, mas se envolver.”

Acho que não sabemos amar muito bem na vida que levamos. Se soubéssemos, não teríamos judiado de mulheres, crianças e da natureza até sua morte. Por isso, todos que podem amar da maneira certa como Kerem são muito preciosos e espero que esse número não seja minoria e que esteja aumentando dia após dia.

A análise e interpretação do amor por Hafsanur também completa a de Kerem. “Na matemática, os conjuntos formam combinações e há um ponto de interseção. O amor é, na verdade, só esse ponto de interseção. Um é o conjunto A, outro é o conjunto B, e eles estão tentando se entrelaçar. É aqui que caímos em um grande erro. Você não deve misturar as cores. Deixe o verde comigo, o roxo fica aí, ou talvez poderemos nos juntar e nos transformar em uma nova cor. Mesmo que você não possa, aceite. É preciso que sejamos capaz de oferecer essa liberdade ao amar. Cada um deve poder voltar ao seu conjunto, à sua cor, sempre que quiser.”

“E claro, as pessoas tem diferentes formas de amar”, completa Kerem. “Todo mundo ama de maneiras diferentes, você precisa aceitar isso primeiro. Alguns são de forma verbal, outros pelo contato. Nem todo mundo ama do jeito que você ama.”

Quando falamos de amor, todas as portas abrem para a aceitação. Acho que amor é aceitar apesar das probabilidades. “O amor não tem um padrão. É algo acima dos moldes. Por essa razão que poetas, músicos, amantes vem se alimentando deste sentimento por milhares de anos.”

“Quem dera se nós amássemos como os animais”, Hafsanur diz suspirando. “Eles são seres que provam que se pode amar sem precisar falar nada. Como por exemplo os gatos: eles se sentem amados só por estarem ao seu lado.”

Os dois são românticos e emocionais. Você não precisa ser amigo próximo deles para constatar isso. É entendido em seus olhos. Para quem é emocional na frente dos outros, é um trabalho difícil ter uma profissão onde você recebe elogios e críticas instantaneamente. Em especial, conversamos um pouco sobre como eles lidam com a cultura injusta do linchamento nas redes sociais. “Não me machuca mais. Eu aprendi me magoando que isso não deveria doer”, diz Hafsanur.

“Eu continuo fazendo o que eu faço, sou um pouco teimosa.”

“Um pouco?”, Kerem interrompe. “Você é do signo Áries e da geração Z.”

Com a força da sinceridade entre eles, peço que se descrevam em três palavras. A palavra teimosa para Hafsanur sai da boca de Kerem sem pensar. “Bom coração e muito talentosa”, ele continua.

Hafsanur ficará por baixo? Ela abre o tópico falando “instável”. “Jovem e bondoso”, ela continua.

Eles se divertiram muito quando se conheceram, ainda se divertem bastante. Existe uma comunicação leve e fluída, e essa leveza se reflete na energia do set. Apesar de termos começado a filmar quase à noite, eles não desanimam nem atrapalham. Pelo contrário, eles se elevam.

Existem projetos e sonhos maravilhosos para os dois. Você não ouviu de mim mas em alguns anos você poderá ver Kerem sentado na cadeira de diretor, ainda por cima como produtor também. Pode ser na Turquia, ou na Espanha. Hafsanur também guarda em sua manga um filme escrito por ela mesma. Tomara que eles não nos façam esperar muito.

Uma pequena nota para Hafsanur: peço desculpas pela inconveniência com a comida mais uma vez. O quanto antes, podemos sair para jantar? Eu gostaria de te recompensar.

Tradução por KBBR | @bursinbrasil. Por favor, nos credite se for usar!

P.S: Algumas frases podem ter sido intencionalmente e minimamente modificadas para facilitar a compreensão e interpretação da entrevista.

Todos os direitos reservados ao KBBR.

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10º Festival de Cinema do Bósforo recebeu a equipe do filme Eflatun

Nesta segunda-feira (24), aconteceu o quarto dia do Festival de Cinema do Bósforo em Istambul. E foi um dia bastante especial para nossa estrela Kerem Bürsin, com a tão aguardada estreia de seu filme Eflatun.

Depois de quase 3 anos após a filmagem de Eflatun, finalmente pudemos testemunhar história sendo feita (aleluia!). O filme foi incluído na categoria de Longas-Metragem e teve sua estreia mundial às 18:30 (hora turca) no cinema Atlas 1948 em Beyoğlu.

Eflatun foi um filme escrito e dirigido por Cüneyt Karakuş, filmado entre Fevereiro e Março de 2020. Após passar um ano em pós-produção, recentemente recebemos a notícia de que o filme havia sido honrado com um espaço no Festival de Cinema do Bósforo, o maior da Turquia.

Kerem e toda a equipe de Eflatun compareceram ao Festival no último dia 24, onde ocorreu a transmissão oficial do filme (legendado em inglês) pela primeira vez aos espectadores, e logo depois um painel onde eles responderam algumas perguntas sobre o longa. O filme ainda tem uma nova transmissão marcada para o dia 27 de Outubro, último dia do Festival, às 16:00 (hora turca) no cinema de Kadıköy.

Se você está ou estará na Turquia nessa data, pode adquirir seu ingresso para assistir ao filme aqui.

A atriz Irem Helvacıoğlu, que interpreta a protagonista Eflatun, comentou sobre sua personagem: “Aqui, o drama de uma pessoa com deficiência visual não é mencionado, pelo contrário, ela está tentando mostrar como se vive.” A atriz ainda acrescentou que essa foi a parte do roteiro que mais a emocionou. O ator Kerem Bürsin, que interpreta Oflaz, também comentou sobre seu aspecto favorito do filme: “Aqui está como contar a história de uma mulher cega e fazê-lo sem ser melodramático.”

Eflatun conta a história de uma jovem que perdeu sua visão ainda jovem, mas que espera por alguém que nunca viu, só conhece o som de sua voz. Confira a sinopse oficial do filme presente no site do Festival de Cinema do Bósforo:

“Eflatun (Irem Helvacıoğlu), que perdeu a visão quando criança, cresce agarrada à vida com as sombras e os sons de seu pai. Ela segue os passos de seu pai, que tinha uma relojoaria onde trabalhava. Eflatun espera que, um dia, chegará um homem cuja voz ela ama, mas não o conhece. Um dia, um homem que ela pensa ser o dono da voz, Oflaz (Kerem Bürsin), chega à sua relojoaria.”

Apesar de ter várias fotos de cenas do filme circulando na internet, ainda não se sabe nada sobre o enredo (zero spoilers, amigas!), portanto continuamos na espera de que o filme seja em breve disponibilizado para todo mundo assistir!

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Kerem Bürsin participa da celebração dos 8 anos do movimento HeForShe na Turquia

O ator compareceu à palestras e workshops educativos junto de jovens de todo o país nesta terça-feira (20) em Istambul

Hoje (20), aconteceu a celebração do aniversário de 8 anos desde a primeira ação do movimento criado pelas Nações Unidas, HeForShe, na Turquia. Para celebrar esse dia, foram convidados jovens socialmente engajados e ativistas dos quatro cantos do país para um dia de palestras e workshops sobre a pauta que motiva o movimento ao redor do mundo: a igualdade de gênero. Como embaixador do movimento na Turquia desde Dezembro do ano passado, o ator Kerem Bürsin também participou desse momento e o jornal turco Gazete Mag registrou o momento.

Kerem já participou de inúmeras ações da HeForShe ao longo dos anos, sendo recentemente nomeado embaixador oficial do movimento e tendo assim participado de vários eventos online e presenciais em nome da marca, para divulgação do movimento e conscientização da causa feminista.

O jornal Gazete Mag conversou com o ator no evento sobre o que significa HeForShe para ele e comentou um pouco sobre esse dia especial. Leia:

“Estou muito agradecido por me juntar com jovens amigos e trabalhar com eles por uma sociedade igualitária. Ver suas perspectivas e ouvi-los nos lembra que podemos nos desenvolver e aprender em cada etapa da vida, ou seja, a mudança é possível e juntos podemos fazer isso. De acordo com o último relatório da ONU Mulheres, se continuarmos no ritmo que estamos, a igualdade de gênero só será alcançada após 300 anos. Esse processo (projetos da HeForShe) busca acelerar isso e os homens devem ter um papel ativo nessa conversa. Os homens devem assumir a responsabilidade de serem mais igualitários. Para isso, devem se reunir mais frequentemente, conversar sobre suas experiências [em uma sociedade desigual] e achar maneiras de eliminar a desigualdade. Este evento é o primeiro de nossos encontros com a HeForShe, e continuaremos nos reunindo com jovens, homens e mulheres, conscientizaremos juntos a população sobre essa questão e discutiremos sobre o papel transformador dos homens na construção de um futuro igualitário.”

O movimento foi celebrado nas redes sociais com as hashtags #HeForShe8Yaşında e #BenDeğilsemKim (Se não eu, quem?), o slogan oficial do movimento na Turquia.

*Atenção: Algumas partes da matéria podem ter sido levemente modificadas para melhor compreensão do leitor, sem que prejudique o contexto original da fala do artista.

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