Já diz o ditado “só vendo para crer”, mas você pode realmente confiar no que vê?
Tome esse famoso exemplo acima de ilusão de ótica: Os círculos laranjas parecem ter o mesmo tamanho para você?
Não se preocupe se achar que o círculo à direita parece maior. Na verdade, a maioria das pessoas também acha. E como você deve ter percebido, os dois círculos são do mesmo tamanho.
As melhores ilusões de ótica desafiam nossa percepção de realidade. O que parece verdade no momento acaba sendo falso. Se nos permitirmos pensar além, entenderemos que as informações, assim como a contribuição visual, não têm nenhum significado. É o que fazemos com a informação que lhe dá significado. Nossos cérebros evoluíram para identificar padrões, criando associações que interagem com o mundo real. Nas palavras do renomado neurocientista Dr. Beau Lotto, “o cérebro não evoluiu realmente para ver o mundo como ele é…o cérebro evoluiu para ver o mundo que é útil ver”.
E como o cérebro se adapta a ver de uma maneira útil?
Sem mergulhar fundo demais nas teorias da ciência da visão, uma verdade simples que define como vemos é o fato de que nosso cérebro constantemente define e recalibra a “norma” em todas as situações visuais. Assim, quando uma situação visual se desvia do que nosso cérebro conhece como “norma”, as ilusões ópticas são o resultado das respostas de nossos cérebros a experiências visuais anormais. Em outras palavras, nossos cérebros irão “agir” e chegar a interpretações aparentemente “inapropriadas”.
Mas como a ilusão de ótica funciona?
Embora encontrar uma teoria comum para explicar todos os tipos de ilusões seja “o sonho de um teórico”, a explicação acadêmica predominante vê a ilusão cognitiva como resultado de “conhecimento mal aplicado empregado pelo cérebro para interpretar ou ler sinais sensoriais”.
Nossos cérebros evoluíram para armazenar um “livro de regras” de como os objetos devem parecer/ sentir/ cheirar a partir de experiências sensoriais passadas. Por exemplo, associamos uma textura granulada com uma superfície de madeira e tendemos a aplicar esse conhecimento mesmo quando vemos uma superfície plástica lisa com um desenho de padrão de madeira.
Os seres humanos não são os únicos que veem ilusões ópticas. As abelhas veem cores embora sua paleta básica consista em verde, azul e ultravioleta, em vez de vermelho, verde e azul.
Nos experimentos do Dr. Beau Lotto, ele prova que o cérebro da abelha - semelhante ao cérebro humano - não codifica informações de cores em termos absolutos, mas sim aprende através do mundo real. As abelhas que sobrevivem em flores azuis irão para a flor cinzenta se construirmos seu ambiente de uma forma que o cinza seja a cor mais azul em uma variedade de flores amarelas.
Esses experimentos científicos são lembretes poderosos de que “vemos” o mundo físico de acordo com a forma como nosso cérebro organiza seus elementos, como formas, tamanhos, cores e relações espaciais.
Confira mais algumas das melhores ilusões de ótica:
Olhe para o centro da imagem difusa acima sem piscar. Depois de alguns segundos, o que você vê? A imagem começa a desaparecer?
Esse fenômeno visual chamado Efeito Troxler, descoberto pela primeira vez pelo médico suíço Ignaz Paul Vital Troxler em 1804, revela como nosso sistema visual se adapta aos estímulos sensoriais. Isto é devido ao fato de que nossos neurônios param de responder a estímulos imutáveis - neste caso, a imagem estática embaçada no fundo - que faz com que a imagem desapareça de nossa consciência.
Quando você olha as duas mesas acima, elas parecem muito diferentes em tamanho e forma? Você acredita que as duas mesas são exatamente iguais? Se não, confira esta ilustração animada para ver por si mesmo.
Apresentado pela primeira vez pelo psicólogo americano Roger Shepard em seu livro Mind Sights (1990), essa simples, porém surpreendente, ilusão visual é mais uma prova de que nosso sistema de visão é largamente influenciado por nossas experiências com o mundo exterior e, portanto, interfere com a realidade às vezes.
Nessa ilusão, o erro de percepção foi causado pelo fato de que nosso cérebro não pôde deixar de fazer uma interpretação tridimensional das imagens em 2D, e perceber tamanhos muito diferentes por causa da perspectiva: quanto mais próximo o objeto está da distância, maior está na nossa retina.