Era para ter postado ontem, no dia 8 de março, mas como não tenho a vida ganha, vai na madrugada de ontem para hoje mesmo… ¬¬
Creio que como já devem ter notado, a tirinha é uma crítica a certas prioridades de algumas feministas atuais, e isso inclui o cenário do movimento feminista no Brasil.
Pois bem, fui uma das “protagonistas” envolvendo a polêmica da Laura. para quem ainda não sabe a minha opinião, vocês podem conferir aqui e aqui. E mesmo depois da poeira ter baixado, ainda me marcam em imagens e textos que tentam reacender isso.
Pois bem, eu não nego que há exageros em alguns jogos e acho justo mulheres que são consumidoras reclamarem. Porém acho uma hipocrisia tremenda quererem que retirem tal coisa e quando aparece um fanservice de mesmo peso voltado para elas, essas mesmas consumidoras quererem mais. Eu sou a favor de um equilíbrio - falando de uma maneira curta e grossa, se forem para todas as personagens vestirem um biquíni numa guerra, que coloquem todos os personagens masculinos de tanguinha, assim todo mundo fica feliz.
Pois bem, ainda acho essa polêmica descabida. Acho, porque na mesma série de jogos existe uma personagem de roupa similar (e com um histórico de polêmicas), que posso contar nos dedos quantas feministas (aqui no Brasil) eu vi que se revoltaram com o traje dela. Porque nossas novelas que possuem personagens femininas “piores” (não que eu não goste da laura, pelo contrário, amei a personagem), seja no quesito roupa ou caráter, e essas novelas são exportadas para vários países do mundo, provavelmente tendo um público bem maior do que de um jogo, mas ninguém fala um pio (algumas, até gostam da personagem, pois é um quebra de paradigmas da sociedade patriarcal ou coisas do tipo). Porque é um traje, que tu gostando ou não, faz parte da realidade de um local do Brasil e que, se alguém tem liberdade de usá-lo, outro alguém tem liberdade de criar um personagem que use (e nisso tem nas novelas). Porque milhares de mulheres possuem problemas reais e necessitam de ajuda e uma discussão dessas não vai mudar a vida de ninguém que está na merda.
O que tenho visto, é algumas feministas se tornando verdadeiras aprendizes de Anita Sarkeesian, sim aquela que quando a atriz pornô Mercedes Carrera pediu ajuda para que se fizesse justiça em nome da atriz pornô Cytherea, ela simplesmente deu de ombros. E desculpe, vocês, que seguem o passo dessa daí, não me representam e mancham o nome da tua causa.
E sim, antes que alguém com problemas de interpretação me pergunte, estou falando de algumas, porque eu ainda conheço feministas sérias, engajadas nas suas causas. E sim, quem muitas vezes mancha o nome do movimento são os próprios participantes dele.
Na história estão ilustrados alguns problemas reais que fazem parte da realidade de algumas brasileiras e de mulheres no restante do mundo. Então, caras aprendizes de Sarkeesian, que tal vocês começarem a discutir, no mínimo, sobre como resolver tais questões. garanto que vai fazer mais pelas mulheres do que discutir se Ms. Pacman é sexista.
Por fim, eu assumo que até gostaria que a Laura fosse menos “perigueti”, pois não faço parte deste “grupo”. Mas me sinto representada por ela, pois vejo em sua figura o lugar de onde eu nasci.
* 2º quadrinho é referência desta reportagem: http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2016-03-06/sexo-oral-por-agua-denuncias-de-abuso-contra-soldados-e-funcionarios-da-onu.html
*A personagem do 4º quadrinho se chama Clarissa, ela é criação de Jason Yungbluth e é uma menina que é abusada sexualmente pelo pai.
*Mostrar que existe opressão em alguns países de maioria islâmica, não é islamofobia, e sim mostrar a realidade.
Porque é bom relembrar.
