“Não me surpreenderia se te trancassem em uma redoma e te proibissem de tudo, não sei como conseguiu escapar e ainda está aqui. Em todo caso, você deveria tomar cuidado Vi.” ele estava preocupado pelo simples fato de que ela se esforçava demais, era fácil perceber isso e agora ela possuía um ser em seu ventre que precisava de proteção, sabia que para alguém ativa como ela era difícil pensar em parar. 

Não precisava virar e ver quem era o dono daquela voz e por mais que quisesse continuar brava, ouvir a voz de Nikolaj e a preocupação evidente em seu tom, sua mente e coração começaram a acalmar lentamente. “Estou tomando cuidado, Nik. Só quero que todos entendam que ainda posso fazer certas coisas.” Seu maior temor era se tornar um peso para todos ou alguém facilmente substituível. “Não quero ir para Idris ou ser isolada porque estou grávida.” Não conhecia outra coisa para fazer ou outro lugar para estar que não fosse ali, sendo uma shadowhunter.

Um sorriso mal abriu os lábios antes de desaparecer e Nikolaj olhou para o lado antes de voltar a olhar para ela novamente. “Não. Acho que com isso eu nunca vou me acostumar, aceitar talvez, já aconteceu nem que eu deseje muito mudar isso vou conseguir fazer com que mude. ” ele foi sincero  enquanto mantinha principalmente os olhos nela - tanto quanto ele podia aguentar encara-la. Isso o relaxava, mirar os olhos que um dia já foram alegres e cheios de vida, agora havia uma sombra neles, com calma ele respirou fundo, exalando a calma que geralmente o rodeava se ela soubesse com o que ele ainda tentava se acostumar. Nikolaj tendia a esquecer que a mulher a sua frente já fora sua amiga, que o conhecia um pouco e que sabia quando ele estava distante e estranho. Ele se perguntou, como ela estava lidando com aquilo tudo sem surtar, como ela estava sabendo quem Orel tinha sido de verdade. Ate mesmo ele que havia se distanciado de Orel há alguns anos estava abalado. “Eu achei que seria melhor assim, me permiti ser egoista pelo menos uma vez.” ele respondeu uniformemente elevando a sobrancelha, ele não era inteiramente o tipo impaciente gostava de ir devagar.

Ele acenou com a cabeça em reconhecimento à noção de conversar sobre o assunto, constantemente ele se perguntava se fazer aquilo desde o incio não teria sido uma ideia melhor, ele aprendeu várias coisas sobre Orel recentemente, e a principal era que não podia ter confiado nele. Alistair estava interessado em Violet desde a academia quando a conheceu, um único olhar havia feito o estudante balançar as estruturas, certamente, gastou muito tempo admirando aqueles olhos que agora estavam voltados a ele. A menção de talvez falar sobre aquilo não o acalmava nenhum pouco. Francamente, ele não era de não saber o que fazer, não quando o assunto era as mulheres ele só se sentia assim com Vi. Seu olhar o deixava agitado mas ele estava fazendo um esforço para permanecer calmo, ele apertou seus lábios sorridentes em uma linha fina, não sabia por onde começar a falar, mas ele deixou  a shadowhunter  fazer o que quisesse, meio que gostava de observar enquanto ela comia ou fazia qualquer coisa. Cruzando a perna esquerda sobre a direita, Nikolaj  puxou a mão de Violet chegando um pouco pra frente  e apertando os dedos dela de forma suave. Ele nunca esteve totalmente afastado.

O contato não durou muito, afinal ele também estava com fome e mesmo que quisesse conversa se inclinou ao seu lugar novamente quando foi interrompido pelo garçom, ou talvez tenha sido salvo por ele. “Então você reparou que eu me afastei. E por que não me disse antes? ”Ele parou mesmo sabendo que aquela conversa era   um" passo “para um caminho potencialmente bom. 

Sentir a mão de Nikolaj sobre a sua deixou Violetta totalmente em alerta e um tanto quanto sem saber o que fazer. Não esperava por aquele gesto – mas não que não ansiasse durante muito tempo de sua vida – e procurou nos olhos dele alguma indicação do que aquilo significava, mas não achou nada. Nikolaj era sempre muito controlado e sabia esconder tão bem o que pensava ou sentia que às vezes Violetta achava irritante não saber.

- E ainda você puxa saco da minha irmã, muito bom isso. Poder feminino - ele disse a segunda frase irônico, deixando a garrafa de água de lado para começar a treinar. Ela estava claramente querendo sair dali, ótimo, os incomodados que se movessem. Pelo menos ele poderia treinar sem ter que dividir o local com uma mulher que a qualquer momento poderia fazer alguma coisa de mulherzinha. Ele arrumou as ataduras entre seus dedos, olhando para a morena por um momento - Boa sorte nas suas missões de babá… Acho que deve te colcocar em missões assim daqui em diante. 

Tudo que havia pensado sobre não revidar e não se igualar ao nível dele sumiu como um passe de mágica da mente da shadowhunter quando ouviu o que ele dizia. Sua vontade mais que nunca era provar para ele que estava completamente enganado se achava que Violetta servia apenas para missões diplomáticas. Não via problemas com elas e por isso tinha aceitado a que realizava com Kriger e Dye - sem contar que tinha construído uma amizade com a loira - mas Violetta era perfeitamente capaz de mais. Havia se provado inúmeras vezes e não precisaria provar nada para Andrey, mas quando percebeu já estava o fazendo. 

Kira quase derreteu com o elogio de Violetta. Ela estava feliz de estar ali coma mulher e a maneira que elas estavam interagido. - Treinar com você seria incrível - ela disse animada, com um sorriso enorme enquanto terminava de enrolar as faixas em suas mãos, se aproximando da outra om um sorriso bonito e animado. Era claro o quanto ela admirava a mais velha e ela nunca esconderia aquilo em suas palavras ou atos. - Eu pegar leve com você? - ela riu baixo, se aproximando dela com calma - Eu ia pedir era pra você pegar pesado comigo. 

A maneira como Kira olhava Violetta deixava a mais velha orgulhosa de si mesma, mas ao mesmo tempo encabulada. Não sentia que merecia tanta admiração, mas queria dar o melhor de si para não decepciona-la. “Acredito que não levará muito tempo para você me passar em velocidade e técnica e não digo isso porque estou grávida, mas porque sei que aprende rápido e é determinada.” Violetta elogiou-a com carinho e afastou seus pés um do outro, ficando em uma postura de luta. Levou as mãos fechadas em punhos até a altura do rosto e decidiu que a princípio podiam praticar sem armas. 

Era complicado para o caçador das sombras Leonid Zherdev. Leo aproveitava cada instante daquele abraço como se nunca mais fosse abraçar alguém na sua vida, sentia cada centímetro de seu corpo que encostava com o de sua amiga, sentindo o seu calor e a sua silhueta contida naquele abraço, tentando ignorar todos os pensamentos que inundavam sua mente, sabendo que ela nunca o abraçaria como ele queria de verdade e o motivo era um só e estava na barriga dela naquele exato momento, era irônico, mas não tinha graça nenhuma, Leo sempre foi uma das pessoas que sempre pensou em constituir a sua própria família, visto que ele sentia que nunca teve uma de sangue, alguém que daria tudo para estar tendo um filho com a mulher que ele era apaixonado, mas infelizmente o bebê era de seu irmão mais velho, justo aquela criança, aquela situação, aquelas pessoas. Mas uma coisa era certo, Leo poderia ter se apaixonado por Violetta, mas ele a amava como amiga, acima de tudo eles eram amigos e ele nunca teria a ousadia de colocar qualquer sentimento acima daquela amizade, por isso ele conseguia continuar a olhando nos olhos, conversando com ela, sendo o amigo que ele devia ser, afinal, independente de quem fosse o bebê, ele ainda seria de Violetta e ele ainda faria de tudo por ela… Por mais que doesse, ele estava sendo sincero e continuaria sendo sobre a ajudar

Leo secava a ultima das lágrimas da caçadora, que ela não havia limpado, com um pequeno sorriso no rosto - Eu pretendo fazer o que for melhor para o bebê, Vi, independente do que isso me fazer ser o preferido ou não - ria um pouco, apesar de não gostar de se pensar como tio, pois aquilo o lembrava inevitavelmente de Orel, quem queria desvincular completamente da imagem da criança na sua cabeça, mesmo sabendo que seria impossível - Eu… Eu estou bem - dizia fazendo o seu melhor fingimento de sorriso o possível, não estava nada bem depois de ter deixado Lilith escapar - Nada de especial, só a vida tediosa de diretor do instituto... - tentava manter o tom leve - Estou pensando em chamar a Dragomir para discutirmos uma aliança mais sólida entre Caçadores e Warlocks depois do que tudo o que aconteceu, o que acha?

“Vida tediosa? Não seja modesto Leonid. Você não para um minuto.” Ao menos esperava que fosse aquilo para justificar que não passavam mais tempo juntos como acontecia num passado não tão distante. Estava feliz com a mudança da conversa porque gostaria tanto que aquele luto que se instalara entre eles passasse e a alegria que sempre estava presente voltasse. Queria um pouco da sua vida antiga de volta. “Eu acho uma boa ideia. Morrigan é maravilhosa e com certeza vai querer essa aliança. Na verdade acho que você deveria convidar um representante de todos os submundanos. Fazer uma reunião com eles.” Os shadowhunters precisariam de todo o apoio que pudessem ter. Tinha ouvido falar do encontro de Leonid, Morrigan e Guilhermo com Lilith. Na verdade todos tinham ouvido falar porque ela deixou um recado muito claro. Agora precisavam saber o que fazer.

Dye suspirou, olhando Vi. - To um pouco sim. - Falou sincera, ok, um pouco era provavelmente um eufemismo, mas não ia dizer aquilo, afinal achava que sua amiga poderia melhorar o seu humor consideravelmente. - Violetta vamos conversar sim, estou curiosa para ser sincera. - Falou dando espaço para que a morena entrasse em sua casa, dando um sorriso leve para a mesma. - Seguinte, a gente conversa e você me conta o que veio fazer aqui, aí depois a gente come chocolate e vê filmes melosos até dizer chega. - A loira contou dando uma baixa risada e passou uma mão pelos cabelos. 

- Na verdade sim, foi um dia horrível. - Confessou e deu um longo suspiro, então decidiu contar tudo para Violetta, visto que talvez e conseguisse desabafar, as coisas ficassem melhores. - Um paciente morreu hoje no meu plantão, a esposa estava no hospital com os dois filhos sabe? - Disse com os olhos marejados, mas mordeu a parte interna na bochecha e se obrigou a se acalmar, evitando as lágrimas porque não queria cair em prantos. - Mas eu não quero falar sobre isso. - Suspirou, novamente passando as mãos pelos cabelos.

Sentou-se ao lado de Dye no sofá  animada com a perspectiva de que a garota a ajudasse com seu plano, mas quando ela falou sobre o que ocorrera no trabalho, seu sorriso foi diminuindo até que ela pegasse as mãos da loira entre as suas e as massageasse com carinho. “Sinto muito Dye. Presenciar uma morte nunca é agradável e acho que na sua condição é pior ainda.” Não era nada comparado com o que Violetta fazia como shadowhunter. As duas – cada uma a sua maneira  - ajuda as pessoas, mas a morte nos dois casos vinham de razões diferentes.

Um sorriso travesso tomou os lábios do rapaz quando ele pegou suas adagas de soco, se posicionando da mesma maneira que a irmã. Usava aquelas armas a tanto tempo que sabia perfeitamente como treinar com as mesmas sem machucar o oponente, já que não arriscaria ferir a irmã nem antes dela estar grávida, jamais se descuidaria agora. Ainda assim, ele não levaria aquela briga na brincadeira, treinaria sério como com qualquer outro caçador, porque jamais subestimaria a irmã. - Só não vá arrancar minha cabeça. - Brincou com Violetta.

Em posição de batalha, o homem investiu com habilidade em direção a Violetta, focando em acertá-la na região das costelas, mas com cuidado, já que suas armas eram bastante fáceis de machucar. No momento queria testar os reflexos da irmã, era assim que ele geralmente começava em treinamentos e sabia que era provável que Vi conseguisse o prever, mas queria que ela atacasse de volta para ver o que a morena faria. 

Um sorriso brotou nos lábios de Violetta com as palavras de Jason e ela apenas concordou com a cabeça, deixando de lado as palavras e se focando nos gestos do irmão. Jason era tão bom com suas adagas que a mais velha precisaria ficar atenta aos movimentos dele para não ser pega de surpresa. Quando percebeu a intenção dele, girou o tridente com maestria e prendeu a adaga dele entre os dentes de sua arma, mas não ousou se vangloriar por aquilo porque o outro trabalhava com duas armas e no momento uma estava livre. Com rapidez soltou seu tridente com mais um giro e deu um passo para trás para ficar fora da linha de alcance do irmão. 

“Deve ter sido horrível” Aylla se perguntava qual seria seu pior medo, talvez pensar que matou alguém que ama, ela sabia que podia acontecer se perdesse o controle. “Eu acho incrível toda essa ligação parabatai, gostaria de ter algo assim” 

“Bom é o que espero, não sou uma super heroína mas tento fazer minha parte, minha ajuda não torna o mundo menos assustador mas se eu fizer a diferença pra uma só pessoa já vale a pena” Suspirou pensando em todo trabalho que teria e não se importava nem um pouco.

“Já está assim? Pelo anjo imagina quando estiver uma bola?!” Aylla riu junto a outra só de imaginar. “O que posso fazer pra te ajudar com isso então? Não me diga que terei que mexer no seu pé, eu não sei o que pode ter nele” Brincou.

“E foi, mas ele foi derrotado é o que importa agora.” E era o que tinha que ter em mente e seguir adiante. “A ligação parabatai é algo único e fico muito feliz que eu tenha com Anya que sempre foi minha melhor amiga, mas você não precisa de algo assim Aylla. Você faz parte de uma matilha, não faz?” E para Violetta era uma forma da loba ter sua proteção e um laço com sua espécie. “Se você ajudar uma pessoa já é o suficiente. Imagina se todos nós ajudarmos uma pessoa? Acho que conseguiremos mudar muita coisa no mundo.” Disse com doçura e estava orgulhosa pela atitude da amiga. Aylla era modesta e queria mudar o mundo e Violetta sabia que se lhe dessem a chance ela seria capaz de tal feito.

Ilyana deixou uma risada baixa escapar e se encaminhou para dentro da sala de treinamento, retirou o seu casaco e observou a outra caçadora. - Você aceita uma rival que não seja invisível? - Perguntou com um sorriso divertido. - Eu com certeza posso prometer não pegar leve. - Afirmou endireitando sua postura.

“Estou começando a temer por minha segurança.” Violetta fez uma careta engraçada, mas sabia que mesmo que Ilyana não pegasse leve, não faria nada para a machucar ou ao bebê. Pegou o bastão novamente e se pôs em posição enquanto o tridente se revelava. “Mas preciso me exercitar. Ao menos aliviar essa tensão dentro de mim.” 

Leo dava um passo para ficar mais próximo de Violetta, partia o coração do caçador ver a amiga daquela maneira, sempre a admirou tanto, independente do sentido, que a ver daquela forma o atingia a nível pessoal, quase como se o pesadelo que Agramon o faria ver, seria Violetta num estado ruim, aquela garota que muitas vezes era como uma estrela no meio de um céu escuro para Leo, parecia ter o seu brilho ferido e isso é algo que ele nunca perdoaria. O caçador encostava a mão sobre a barriga da amiga, ainda não tinha nenhum sinal da gravidez, demoraria um pouco mais para que os efeitos pudessem ocorrer - O seu filho está aqui, Vi e Orel se foi. Eu garanto para você que ele se foi, eu o matei - respondia sério, com um tom de voz firme, tentando passar confiança - E eu te juro, nunca vou permitir que alguém te faça esse mau que esse demônio te fez imaginar - dizia olhando diretamente para os lindos olhos castanhos da caçadora, quase se sentindo preso aos mesmos, mas não se importava - E quando chegar a hora, eu quero estar aqui para te ajudar a cuidar dele… - dizia se referindo ao bebe, abrindo um sorriso em seguida - Ou dela… né? - Leo a abraçava carinhosamente, depositando um delicado beijo na bochecha de Violetta antes de a segurar por alguns segundos - Eu sempre vou estar aqui para você

Sentiu a palma da mão de Leonid em sua barriga e aquilo a surpreendeu de certa forma. Ninguém ainda tinha feito aquilo até porque as pessoas pareciam atraídas em tocar grávidas na barriga quando estavam redondas e grandes, mas pareceu tão certo o que ele fazia e dizia que Violetta relaxou. “Eu sei Leon.” E então viu-se com os olhos cheios de água e devolvendo o abraço do amigo com força. Sabia que estava assim por causa dos hormônios, mas se sentia segura tendo Leonid com ela. Sabia que poderia contar com ele sempre. “É bom que queira estar próximo mesmo ou você pretende deixar Jason ser o tio favorito?” Brincou enquanto sorria e enxugava as lágrimas teimosas. Não tinha desabado com ninguém ainda daquele jeito - exceto Anya claro - e estava feliz que tinha sido com alguém que nunca a julgaria fraca. “Mas bem, conte-me como você está Leon.” Tentou mudar de assunto.

-Deve ser fácil lutar com uma barriga enorme - ele ironizou, continuando tomar sua água com toda a calma do mundo. Gostava de ver as reação das mulheres às suas verdades, a maneira que ficavam incomodadas como se ele estivesse errado. - Não é você que tem aquela missão de babá de ir ver como o Kriger tá com aquela seeliezinha? Esse tipo de missão eu acho mais adequado pra você - deu de ombros. - Ter um filho? Pelo anjo! Isso ai é coisa de mulher mesmo. 

“Porque com certeza você deve saber como é lutar com uma barriga enorme não é?” Devolveu no mesmo tom do outro, cruzando os braços e o encarando, mesmo que precisasse levantar um pouco o queixo para olha-lo nos olhos. “E também deve ser cego porque não tenho nem barriga aparecendo direito.” Ter aquela conversa com Andrey não estava fazendo nada para melhorar seu humor, pelo contrário. Ao menos a tinha feito parar de treinar com tanta raiva porque agora seus sentimentos ruins estavam voltados para outro alvo. Quando ele mencionou o trabalho que fazia com Kriger e Dye, fechou os olhos por um momento para conter sua raiva e perder totalmente a razão em sua conversa que tinha tudo, menos razão. Violetta não via nada de errado ou menos válido do que o que fazia com os dois. “Escute aqui Andrey, se você acha superior aos outros – especialmente mulheres – a única coisa que posso sentir por você é pena porque não poderia estar mais errado. Você não é melhor que ninguém. Para dizer a verdade consigo pensar em muitas pessoas melhores que você. Começando por sua irmã.” Violetta não ficaria ali ouvindo os insultos dele ou os devolvendo. Fazer aquilo só a tornaria como ele, então lhe deu as costas e começou a tirar as ataduras que havia enrolado nas mãos para poder se retirar da sala de treinamentos.

Aylla deixou uma risada escapar quando o shadowhunter saiu da sala, ela achava engraçado como as pessoas falavam de algumas coisas sem ter conhecimento algum sobre o assunto, mas ainda assim aquela situação a fez perceber o quanto Violetta era querida naquele Instituto. “Não foi nada, é o que eu faço pelas pessoas que gosto.” Retribuiu o abraço tentando não ser perfurada pelo tridente. “Eu suponho que um Agramon seja um demônio importante e forte.” Ela dizia com pouco curiosa e com certa admiração pela outra, se imaginava se fosse shadowhunter, se pudesse proteger o mundo de uma forma maior mas isso nunca seria possível. “Bom eu, posso dizer que o Halloween além de cansativo e até mesmo assustado, foi esclarecedor para mim, decidi voltar ao meu trabalho, fazer o que amo e parar de ter medo” Seu sorriso aumentava só de falar naquilo e não era pra menos, fora na policia que sua vida tinha tomado um rumo não sabia pra onde ir sem aquilo. “Bom o que acha de uma ajudinha com o treinamento?”

“Agramon é um demônio maior que faz você viver seu pior medo. Descobri que o meu é roubarem meu bebê.” Falou desviando os olhos de Aylla para que ela não pudesse ver o quanto aquilo a tinha abalado. Não contaria que seu medo era especificamente que Orel - um cara morto - roubasse seu filho. Era surreal demais. “Mas minha parabatai resolveu a situação.”E só tinha como agradecer Anya da mesma forma que ela sempre fazia: com tudo que tinha.

“ Esse é o bebe do Zherdev? Me perdoe a indiscrição ams fiquei levemente curioso nunca tinha visto uma shadowhunter gravida em pleno exercício de suas funções, achei que tinham algo como uma licença maternidade ou algo semelhante para aquelas que não foram tão cuidadosas.” Ele sorriu, dando levemente de ombros. Esperava que sim que ela diminuísse o ritmo ainda mas se aquela criança que ela carregava realmente fosse quem ele imaginava por isso estava curioso. “ Querida, isso é normal em todas as grávidas, nãos ei se está habituada as mulheres grávidas mas garanto que não há nada de anormal nisso, pelo contrário só irá piorar a sua preguiça nos próximos meses.”