Symbol Starters

Um suspiro fraco, com propósito inexistente escapa de lábios morenos e lustrosos.

Satya aguardava ansiosamente a chegada de sua companhia. Não era todo dia que se permitia sair para lugares mais abertos ao público geral. Mesmo sendo pouco conhecida, poderia ser abordada para tirar fotos e muito provavelmente isso resultaria em uma pequena multidão. Seu superior estava descontente com alguns de seus projetos e estava cobrando melhoras de um jeito não muito amigável aos seus olhos. A indiana queria apenas uma distração.

Ela checa o horário no celular e ergue a cabeça, olhando os arredores em ponderação sobre o que deveria fazer. Ainda restavam vinte minutos e, sendo o local de encontro um ponto central de referência em um centro comercial antigo, tinha uma vista extensa de quem passava. Tinha, então, como se mover sem se preocupar em verificar quem se aproximava a cada dez segundos.

A indiana noticia pela terceira vez um carrinho-banca de flores charmoso com um senhor amigável como dono que sorria e cumprimentava todos que passavam na frente do portal da vila. O cheiro das plantas indicavam sua genuinidade, claramente colhidas recentemente, distraindo a mulher de sua ansiedade.

Passados poucos segundos de hesitação, a arquitécnica descruza as pernas e levanta, indo de encontro às flores. O senhor a percebe e oferece um sorriso acolhedor, cumprimentando-a com um elogio e convidando-a a ficar à vontade para escolher. – A variedade era realmente impressionante, maravilhando a indiana com suas cores e formas tão individuais. Seus olhos desviam para uma flor que lhe é estendida, acordando-a de seu pequeno transe para fitar o jasmim sendo-lhe oferecido pelo dono. Ela agradece com um pequeno sorriso, aproximando a flor para distinguir melhor seu aroma.

Tornou a atenção para o centro comercial e, ainda não vendo sinais da francesa, Satya decide comprar um buquê de flores para a acompanhante. Pegando algumas rosas lilases, lírios brancos, alguns alecrins, tulipas amarelas, lavandas e dois clematis. Tudo adornado por folhas de carvalho.

Foi certamente um exagero, mas poderia muito bem deixar o arranjo no carro. O clima estava agradável, então não seria problema.

Demorou um pouco para organizar as flores e colocá-las num recipiente que julgasse à altura e, finalizando a compra, percebeu Amélie próxima à árvore rodeada de bancos, então apressou-se em agradecer o vendedor e acenar seu adeus.

Agradeceu a si mesma por não ter deixado as flores com caules tão altos e o resultado não ter sido um buquê maciço, conseguindo andar em suas passadas elegantes e não ter que se esforçar para carregar o item em mãos.

"Namaskaar", cumprimenta logo que chega. Satya cogita se deveria ou não completar com o tradicional beijo de bochechas europeu, mas deixou a decisão para a francesa. "Perdoe-me se lhe fiz esperar muito... Achei uma boa ideia trazer isto para você", ela oferece o buquê à mais alta, olhos âmbares com um pequeno brilho de expectativa.

[ @araignxe​ ]

Ela olha por alguns segundos para o chocolate, um tanto atônita, só voltando a fitar o homem ao final de sua frase. Com um sorriso extremamente singelo, aceita o presente, segurando a barra cuidadosamente.

— Sim, fui em quem fiz. Obrigada por apreciar meu trabalho. — Havia realmente gratidão em sua entonação. Seus olhos voltam-se para o chão por um momento.— … E pela consideração. Aprecio muito seu gesto.

Satya, então, se estica um pouco para depositar um beijo na bochecha do cowboy. Lutando para não se acanhar do que acabara de fazer, mantém certa seriedade na postura, ainda que oferecendo um pequeno sorriso para McCree.

— … Talvez você não seja tão desleixado quanto se deixa parecer.