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Patience

@z-orate-blog / z-orate-blog.tumblr.com

E como ficou chato ser moderno. Agora serei eterno. Eterno! Eterno! O Padre Eterno, a vida eterna, o fogo eterno. (Le silence éternel de ces espaces infinis m'effraie.) Vitória, 18.
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O problema do racismo no Brasil ou em qualquer outra parte do mundo, não é um problema dos negros ou um problema dos brancos. Assim como ele, todo preconceito é antes de tudo um problema de todos, uma questão de evolução da raça humana. E a humanidade só vai avançar quando cada indivíduo conseguir enxergar na diferença do outro a chance perfeita de se tornar uma pessoa melhor.

Elisa Bartlett. 

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Houve um louco que deu voz a alma, que deu sentido ao tinteiro do lado direito da escrivaninha e fez viver no papel o corpo da poesia. Ele acariciava sua face, mostrava aos conterrâneos sua beleza interior, mas eles riam de tamanha loucura. ‘Acha mesmo que é bonito o que vem de dentro? Tuas vísceras, meu caro, serão comidas pela terra, suas mágoas serão enterradas junto à ti, por que eternizá-las numa tentativa vã de saná-las e expô-las como o tesouro dos sete mares?’. Não havia mesmo um sentindo em achar bonito a dor, a morte, o amor não recíproco, a luz da alvorada que faz sumir o orvalho… Mas era preciso ser feito, e foi feito, e foi eternizado nas folhas, nas paredes do quarto, nos gritos ecoados dos sanatórios municipais. E foi enfim compreendido, não por aqueles que caçoavam à escrita, mas os futuros leitores das obras primas, da literatura que cura, que despe a alma, que estende as mãos para nossas lágrimas e balbuciam aos olhos joviais famintos por cada frase ali exposta: Não estás sozinho, faça-te eterno também. Escreva!

Gabriela Giacomini.  

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poeira

interpreta-me assim transitória e fora de órbita o excesso que se desfaz em mágoa presa um infinito que só se alcança com destreza desvenda-me pelos vãos da memória.

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Tentava não acha-los idiotas, fazia um grande esforço para deixar nítida a minha cara de espanto. Eles gostavam do que eu odiava, falavam tantas bobagens, as perguntas não eram coerentes e, até uma criancinha de quatro anos, sem pretensão de impressionar, conseguiria ser menos fútil e abobalhada, no supermercado, enquanto pede doces a mãe do que eles quando falam dos dias, dos seus sentimentos e do que é engraçado. A minha cabeça quer explodir só para eu ir a outro lugar, o limbo parece ser mais atraente. Eu sou um ridículo ao admitir que existem pessoas que me fazem querer cometer suicídio? Estou sendo estupidamente sincero. Mas, em contra partida, eu encontro anjos de luz em meu caminho, pessoas fácies de tirar proveito. Estas eu defenderia com os punhos serrados, me armaria até os dentes para guardar tamanha pureza e ingenuidade, perdidas nos tenebrosos dias temos a lembrar. Estes humanos, os de olhos nobres e cheios de amor, estão espalhados na cidade, e se não tomarmos ciência da situação e nos deixarmos levar pelo trânsito caótico, pelo que o Partido dos Trabalhadores fizeram com o País, pelo professor que pega no pé, pela namorada que só vive de tensão pré-menstrual, encontremo-os e seremos rudes. É assim no banco, os bancários fazem o possível para solucionar o meu problema e devo reconhecer que o cotidiano tira a qualidade em ser prestativo a alguém. Eles são pagos para aquilo, mas o sorriso no rosto não é regra, principalmente, quando trata-se de funcionário público. E, eu paro, reflito: “Como é que pode? Sou velho demais ou ando cercado por adolescentes?” Saio da mesa do bar, do fundo da sala, pago o preço que for para não ouvir mais fofoca, atualização de rede social, etc. Estou com sérios problemas de intolerância, a minha dieta de amizades começou. Falo muita tolice, mas a minha tolice com as dessas criaturas são incompatíveis. Sorrio, desligo o telefone, tenho compreender, mas termino me irritando. Tanta coisa importante para ser citado e eu não quero saber quem falou mal de quem, quem bebeu até cair ou ver fotos de acidentes fatais no aplicativo. Tudo bem, pode falar que eu sou otário. Preciso me socializar com pessoas de outro tempo, pois entre conversas de conhecidos da mesma faixa etária que eu e as dos meus avós, eu escolho a dos meus avós. A velhice é tão sábia, quero aprender como é a vida para que finalmente acerte do que rodear erros e importância jovem que não me levará a lugar algum. Olho para a minha certidão de nascimento, alguém datilografou errado - cara de jovem e alma de velho. Esto rabugento com os mais novos, inclusive comigo; tenho implicado com a responsabilidade.

Sam Nascimento, La vida passe. 

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O amor, o sono, as drogas e intoxicantes são formas elementares da arte, ou, antes, de produzir o mesmo efeito que ela. Mas amor, sono e drogas têm cada um a sua desilusão. O amor farta ou desilude. Do sono desperta-se, e, quando se dormiu, não se viveu. As drogas pagam-se com a ruína de aquele mesmo físico que serviram de estimular. Mas na arte não há desilusão porque a ilusão foi admitida desde o princípio. Da arte não há despertar, porque nela não dormimos, embora sonhássemos. Na arte não há tributo ou multa que paguemos por ter gozado dela.

Fernando Pessoa. 

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Mesmo que o corpo enfraquecer, e as rugas aparecerem, eu nunca deixarei de ser a criança que fui um dia. am

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Em se tratando de indivíduos, descarto comparações. Geralmente elas são baseadas em padrões de estética e comportamento e tem o firme propósito de igualar o mundo. Se o homem arrebatasse as diferenças como fonte rica de conhecimento, estaria criando ao seu redor um espectro gigantesco de possibilidades de evolução.

Elisa Bartlett. 

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“One more thing: Except for a single group portrait, every photographed person in Found Photos In Detroit is African American. Young and old, male and female, staring, glaring, entreating. The message is clear: It is Black culture, their houses, their rule of law, their very selves that have been abandoned. Like homeless ghosts, the social reality of these photographs haunts Detroit and America, signifying a despair so deep that abandonment is the only method left to represent their loss.”
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