Picking Bluebells, Helene Schjerfbeck
“Coisas incríveis acontecem quando você para de se esconder.”
— Se eu ficar.
Livro: Cristãos em nosso tempo.
eu quero a tranquilidade do mar.
quero ser livre como os pássaros.
Então, por que estamos com todo esse imenso tormento em nosso interior ? Por que ainda aceitamos migalhas de pães ? Isso de nada serve a nossa faminta boca.
Pés descalços correm pela civilização não civilizada ao som da chuva escorregando em corpos ocos contendo borboletas azuis.
Desejo não voltar a abrir um sorriso puro para outro alguém que não entende a dor das estrelas, que estão a brincar de desafios que um mero passageiro não compreende.
Então, como que iremos viver? Cactos. Cactos em meio ao deserto de desamor, sobrevivendo de pãezinhos destinados aos impecáveis pássaros brancos.
Os olhos irão contemplar o incompreensível e o coração irá transbordar de sentimentos que ali não estavam.
registro de um domingo encantador e ensolarado.
camélias.
EU FINALMENTE SOU LIVRE.
Tu coloriu meus dias sombrios,
me fez abrir novamente minhas feridas e tentar
curá-las novamente.
Abriu meus olhos para as coisas simples e
me fez entender ainda mais quem é Jesus Cristo e o que
Ele espera de mim. de ti. de nós.
Eu consegui sentir novamente paz aqui dentro,
minhas mãos não estão mais sozinhas.
Eu nunca estive sozinha.
Como uma jóia dada para o meu pescoço,
tu veio e fez-me mais valiosa.
Meu coração pulsa quando deslumbra de sua voz
quando vem falar das futuras gêmeas.
Quando vem falar dos futuros frutos.
Quando vem falar de minha formidável aparência física,
porém, aqui dentro é só coloridas borboletas a voar.
Quero ter para mim. Quero ter para minha vida.
Quero ter para meus poemas. Quero ter para minha incógnita.
Somos como estrelas cadentes a cair num mar
repleto de flores para completar tudo.
Eu quero poder falar para todos os meus irmãos sobre
quanto é grande a paz que me invade.
O meu desejo que cresce todos os dias de ter um anel
em nossos dedos, fazendo-nos ligados por algo tão pequeno,
mas tão significante.
Que vocês possam ver todas essas coisas do lugar que estão.
Possam ver a primeira vez que nossos olhos se olharem profundamente ao momento que nossos corpos virarem
apenas um. Será nós agora.
E, gradativamente, meus sentimentos irão brotar
para se colher frutos no verão. Mesmo que haja
insetos a atrapalhar você.
E flutuaremos em nuvens de algodão rosa
com meu coração em paz por estar com alguém
que irá me proporcionar amor em tempos que não haverá nada.
agora entendi então qual é o propósito de ter ganhado uma vida, de ter vindo pra este mundo, de estar neste lugar e estar rodeada dessas pessoas... eu vivo para fazer os outros felizes. vivo pra servir a eles. vivo apenas para agradar a Ele. tudo é por Ele e nunca por mim, pois eu não mereço nada dessas coisas.
eu ainda me sinto vazia.
a vida inteira fui ensinada a ser só,
não ter ninguém é algo comum e
entender as emoções é algo áspero pra mim.
fui criada dentro de um buraco,
um buraco foi criado em mim
quando me sentei na floresta e ninguém veio
ao meu encontro com corações nas mãos.
seus olhos vão sair de teu rosto e você irá
vomitar tudo o que eu engoli.
seremos apenas botões dentro de uma caixinha pequena
cada um igual ao outro, mas no fundo eu sou a diferente.
eu sou a intrusa aqui. eu estou bagunçando tudo aqui.
e pare de falar que não existe uma pedra violeta dentro
do meu peito e que isto não está me rasgando o tempo inteiro.
eu vou rodopiar até que isto vá embora. e eu não quero.
isto é eu e eu não sou isto. sou um espinho e estou perdida no oceano vermelho, onde é movido pela força da dor.
eu olho os olhares e todos me olham errado.
olhos e bocas mentirosas falando sobre minha garganta fechada. não tenho mais sangue pra jorar. e não tenho
mais nenhum rio pra quebrar.
volte aqui e finalize o quebra-cabeça dentro do meu peito.
dentro do meu coração onde não tem nada. não existe.
é um borrão preto no papel, no quarto escuro as flores morreu.
a janela não falou nada, ela não se abriu e ninguém olhou.
e meus pensamentos estão em círculos e a agonia aumenta.
me contorço até o ar me dominar e nunca mais sentir
o verde nos meus pés pesados.
cálculos.
vem pra cá e sente-se na grama molhada.
deixe a sujeira pegar sua roupa, deixa os cachos livres.
me deixe ver sua respiração. está quase parando de tanto
ar da gaiola introduzido pra dentro.
me dê o seu dedo, quebre-o que vou cozinhar.
farei um banquete para minha favorita com maçãs
e trigo frescos, colhidos embaixo da ardente irá dela.
eu só penso em você
isso já virou maldade
se quiser ficar aqui, tu é bem vindo. eu te aceito com todo o meu amor. eu te deixo pousar em mim e criar um ninho no meu jardim. te aceito como tu é e te deixo livre. mas, o medo inconsciente de suas picadas nas árvores de dentro não me faz ficar em paz. minha mão treme e o ar é pouco. não quero mais sentir a mesma dor. eu quero ser feliz. eu quero viver com as joaninhas. quero viver livre deste sofrimento. não quero ser apenas mais uma passagem para ti. não quero ser uma casa de temporada.
vá se vender a ela.
deixe escorrer a esperanças pelos
meus braços frios.
minha amiga não se importa
com toda essa cicatriz exposta.
e até hoje está dentro do mar
se afogando cada vez mais
nas mentiras que ela mesma
criou.
não viva pra ela
tem mentiras em teus olhos
e o suicídio em suas mãos.
suas doces mãos. doces.
corte fundo o meu peito e
abra o vazio daqui.
vou vomitar todos os doces imundos
que tu me fez engolir no passado.
abra mais e verá nada.
nada existe aqui, eu estava apenas
mentindo pra ti.
eu não menti. sim, eu menti.
rasgue e me quebre. eu não mereço.
seu amor. ela possui todas as coisas.