One Shot Liam Payne
Em algum momento no meio do meu choro acabei caindo no sono, nem mesmo submersa na inconsciência de um descanso necessário fui deixada em paz, Liam assombrou meu sonho fazendo o que que tinha dito fazer.
Acordei completamente revoltada comigo mesma - mesmo sabendo que não posso controlar os meus sonhos - passei minhas mãos em meu rosto e balancei levemente minha cabeça dolorida, o choro da noite passada deixou consequência e agora minha cabeça está a ponto de explodir.
Depois de explorar o imenso banheiro da suíte e escovar os dentes, resolvi que poderia aproveitar a banheira, minhas opções de coisas para fazer são limitadas já que não pretendo sair do quarto tão cedo e meu celular foi confiscado assim que pisei porta dentro dessa casa. Algum tempo passou e eu só deixei a banheira quando meus dedos das mãos e pés estavam enrugados, coincidentemente a mesma hora que a porta do quarto foi aberta.
Me perguntando se deveria sair do banheiro ou esperar quem quer que seja ir embora, me enrolei no roupão preto que peguei no armário embaixo da pia, meus passos lentos me levaram até a porta para espiar pela fresta que abri decida a me trancar caso seja Liam no quarto. Uma senhora trajando um uniforme estava parada perto da porta de entrada com as mão para trás, ela parecia decidida a permanecer no quarto e então caminhei para fora do banheiro.
— Bom dia, senhora Payne! — a senhora me olhou e acenou com a cabeça — Sou a governanta da casa e irei ajudá-la com o que precisar.
— Liam está em casa? — perguntei rápido assim que ela terminou de falar.
— Liam saiu bem cedo, mas pediu para que eu trouxesse seu café da manhã.
Um peso foi tirado das minhas costas e eu respirei aliviada, me sentei na cama com o carrinho com toda a comida na minha frente. Espero que Liam não pense que pode me comprar mandando pessoas me servirem e cuidarem de mim.
— Obrigada! — forcei um sorriso para a senhora esperando que ela saísse, mas ela não fez.
Todo o meu café da manhã foi com a companhia da governanta, ela não disse nada e também não me deixou desconfortável me encarando, seus olhos estavam presos na parede do quarto e ela estava na mesma posição de antes.
— Você pode se retirar se quiser, não há necessidade de ficar aqui. — falei um pouco sem graça pelo silêncio no quarto e de forma nenhuma quero atrapalhar seu trabalho.
— Eu estou aqui para o que precisar, senhora Payne. Farei sua cama assim que terminar de comer e levarei o carrinho antes de ajudá-la a se adaptar à nova rotina.
— Me chame de (seu nome), por favor. Odeio o nome Payne. — sussurrei a última parte.
— Se assim deseja… — ela assentiu — Liam não me deu muita instrução do que fazer, eu trabalhava na casa de seus pais e ele pediu para que eu viesse ajudá-la a se adaptar.
— Me adaptar ao quê? Sabe, eu estar aqui não é pelo meu gosto, por favor, garanta que Liam saiba que não farei nada que eu não quiser. — uma das cláusulas do contrato me veio à cabeça. “Todos devem acreditar no casamento.” Não sei se a governanta sabe de algo, mas é melhor não arriscar.
— Essa é uma relação complicada, meu marido e eu resolvemos nos casar e agora vejo que foi um pouco precipitado, então ainda tenho que me acostumar. — tentei contornar a situação — Desculpe, eu estou um pouco confusa com a mudança de vida, não precisa dizer nada ao meu marido, está tudo bem. — forcei um sorriso torcendo para que tenha sido convincente mesmo sabendo que não fui nem um pouco. — Como eu posso te chamar?
— Meu nome é Gwendoline, mas pode me chamar de Gwen, Liam me chama assim e eu até prefiro.
— Tudo bem, Gwen. — termino de tomar meu suco e limpo minha boca com o guardanapo — Pode levar as coisas e não se preocupe, eu arrumo a minha cama.
Gwen assente e sai do quarto, então eu vou me vestir decidida a explorar a casa enquanto Liam não volta. Os dois dias que passei aqui sozinha eu não consegui deixar o quarto, apenas sai para comer nos horários de refeição.
Minha exploração pela casa foi tranquila, Gwen só aparecia as vezes para perguntar se eu precisava de alguma coisa ou se eu estava com fome, eu respondi “não” para todas as suas perguntas. Não sei se ela estava me averiguando para não passar algum limite não permitido, mas até então ninguém me falou que eu não podia ir em algum lugar.
O quarto que descobri ser do Liam - perguntei a Gwen o que era a porta trancada do fim do corredor - passei longe, não queria arriscar se pega xeretando e dar a entender que estava procurando por ele ou qualquer coisa que sua cabeça maluca pensaria se chegasse e me pegasse lá dentro.
Em um momento da minha busca por entretenimento perguntei a Gwen se não tinha livros em qualquer lugar. A sala tinha apenas bebidas do lado direito, alguns quadros pendurados nas paredes, dois sofás grande, um tapete de pele de qualquer animal que eu desconheço e um lustre que diz “vadia, eu tenho muito dinheiro”. Nenhuma televisão, aparelho de som ou qualquer coisa que eu possa ler para me distrair. A resposta que recebi é que todos os livros estavam dentro do escritório de Liam e ele estava destrancado, algo dentro de mim disse para não entrar no território da fera, mas olhe para mim, estou na toca dele.
Entrei no escritório e fechei a porta atrás de mim, olhando o cômodo inteiro percebi que combina muito com Liam, frio e escuro. Procurei por um interruptor e o encontrei do meu lado direito, assim que a luz clareou o lugar pude encontrar as prateleiras repletas de livros à minha esquerda, uma mesa estava no centro, uma poltrona grande como um trono bem em frente para uma grande janela escondida por cortinas escuras.
Caminhei até os livros e passei meu dedo sobre a estante que estava impecavelmente limpa, os livros estavam em ordem alfabética fazendo eu me perguntar se esse cuidado é tomado por Liam ou por Gwen. Talvez eu pergunte a ela mais tarde.
Tirei um livro da prateleira lendo sua sinopse e logo peguei outro e outro tentando me decidir qual conto escolher, nessa busca percebi que nem todos são de contos, alguns são sobre determinadas carreiras e isso é interessante.
— Fico feliz que tenha encontrado seu lugar preferido em nossa casa. — a voz de Liam soou do nada me fazendo pular de susto e derrubar os livros que estavam nas minhas mãos. Só então percebi que ele estava parado na porta me olhando, eu sequer o ouvi entrar.
— Sua casa! — peguei os livros do chão e os levei de volta a seus lugares — Eu já estava de saída. — me encaminho em sua direção para passar por ele, mas seu corpo fica em meu caminho.
— Não saia agora que eu cheguei… — ele segura levemente meu braço quando tento contornar seu corpo — Fique a vontade em nossa casa, esse escritório agora é seu também.
— Obrigada, mas prefiro não estar no mesmo lugar que você. — dou um passo para trás fazendo com que me solte.
— Não seja assim, (seu nome), vamos pelo menos fazer as coisas ficarem menos maçantes entre nós. Eu estou tentando ser bom para você. — me mantenho calada olhando seus sapatos caros — Se esforça um pouco, tudo bem?! Estamos casados, mesmo que tenha sido de uma forma que você não esperava.
— Você pode me dar licença? — olho para ele deixando claro que não quero ter essa conversa e não tenho uma opinião formada para a sua repentina mudança de comportamento.
Liam apenas sai da minha frente me deixando passar sem mais tentativas de se fazer de bom moço. Caminho rapidamente em direção as escadas querendo colocar o máximo de distância entre nós dois.
A voz do meu pai me faz ficar petrificada no meio do caminho, não sei se é uma coisa da minha cabeça ou se realmente ouvi sua voz. Por via das dúvidas me viro em direção a porta de entrada da casa e lá está ele de pé me olhando bravo como a muito eu não o via.
— Papai? — eu estava muito surpresa em vê-lo aqui na casa do Liam, eu não o disse com quem eu estava e ele pareceu não se importar quando estava esbravejando por eu estar deixando nossa casa.
— Eu não posso acreditar que você fez isso. — ele caminhou até estar de pé no meio da sala — Isso é como uma traição, você se casou com o homem que colocou a corda no meu pescoço.
— Papai, você não entende…
— Eu não entendo mesmo! Não há como entender! — seu tom de voz é alto e tenho certeza que todos que estiverem na casa pode ouvi-lo.
— Se acalme, por favor, eu posso explicar. — talvez eu não possa, mas só quero que ele me perdoe por deixá-lo tão mal.
— Você não precisa se explicar dentro da nossa casa. — ouvi a voz de Liam e me virei para vê-lo sair do escritório.
— Você tirou minha empresa e não contente com isso também me tomou uma filha. — meu pai foi em direção a Liam e eu apenas entrei na sua frente para que não fizesse nada de cabeça quente.
— Por favor, pai! — levanto minhas mãos à sua frente para acalmá-lo.
— Por favor, o quê?! Você deixou nossa casa sem mais nem menos, eu nem mesmo fiquei sabendo que iria se casar com esse homem maldito. Você não falou mais comigo e eu fiquei sabendo por terceiros a sua atual situação. Ele está fazendo você ficar contra a sua vontade? É isso? Pode me falar filha, não me deixe fora da sua vida. — suas duas mãos segurou meus braços me sacudindo de leve.
Olhando nos olhos do meu pai e vendo seu desespero meu coração apertou, eu estava fazendo isso por ele justamente para não vê-lo sofrendo e não funcionou nem um pouco. Sem perceber lágrimas escorriam por meu rosto e eu estava a ponto de contar tudo para o meu pai, quando abri a boca ele me soltou e foi rapidamente na direção de Liam.
— Eu sabia! Seu desgraçado!
Quando saí do transe que me encontrava e procurei pelo meu pai, Liam segurava fortemente o punho cerrado do meu pai próximo ao seu rosto, mais um pouco teria o acertado.
— Eu não vou chutá-lo para fora daqui por consideração à (seu nome). — Liam soltou meu pai o empurrando um pouco para trás.
— Papai, por favor, vá para casa! — chamo a sua atenção — O senhor está de cabeça quente, vamos conversar quando estiver menos nervoso, tudo bem?
— Eu não quero conversar com você. — ele parou por mim em direção a porta, antes de sair se voltou para mim — Você tê-lo escolhido já me diz muita coisa.
A porta bateu e eu fiquei parada olhando-a fechar enquanto chorava livremente no meio da sala, não sei o que fazer para que meu pai não me odeio e isso me destrói. Os passos de Liam se aproximaram e antes dele fazer qualquer coisa, corro escada a cima e me tranco em meu quarto, tudo que quero é chorar tudo que posso até que minha vida volte ao normal.
Não sei quanto tempo passei chorando com a cara enfiada no travesseiro até que ouvi a porta abrir, espiei com um olho esperando ver Gwen entrando, mas não era ela. Liam caminhou vagarosamente até a cama e se sentou ao meu lado, eu apenas enterrei meu rosto novamente e não demorou muito para que eu sentisse sua mão passar suavemente em meu cabelo fazendo um leve carinho. Sem saber o que dizer e chateada demais para brigar, deixei que ele continuasse enquanto eu me desidrato chorando copiosamente até que peguei no sono.
Espero que tenham gostado.
Eu estou no momento no interior na casa da minha avó e a internet aqui é bem limitada, então eu não consegui revisar o texto e nem ler as partes anteriores para refrescar a memória. Ignorem e perdoem qualquer erro, logo quando chegar em casa eu conserto, ok?!