Por mais que tentasse ao máximo se agarrar a ideia que sua inscrição nesses encontros as cegas não significava absolutamente nada para ele, assim como as constantes repetições que havia sido apenas um erro seu ter vindo ao evento de um modo geral essas coisas não estavam o ajudando a se sentir melhor. Fechar seus olhos para o problema, assim como constantemente o fazia quando o assunto em questão eram seus sentimentos, obviamente não os tornariam menores ou os afastariam de si. E se agarrar a tais explicações falsas, apenas para não ter que enfrentar ou assumir o que realmente estava sentindo apenas o levava para explicações sem fundamento; não conseguindo nem ao menos encontrar uma explicação plausivel para o fato dele ter comparecido ao evento. Ou pelo menos não conseguia nada mais convincente do que de que estava apenas curioso para ver como as coisas andariam. Se estava apena curioso para saber como as coisas andariam no evento de um modo geral, não existia necessidade dele ter se inscrito naquele econtro certo ? Ou estaria apenas tentando se enturmar ao observar tantas pessoas caminhando juntas ? Seria apenas uma parte de sua consciencia que constantemente afastava e que, no fundo continuava buscando por algo que contradissesse todo seu ceticismo com relação as pessoas ? Apenas algumas das várias questões que ele fazia questão de empurrar o mais longe possível dos seus pensamentos no momento. Assim como continuava tentando se convencer que para ele; assim como sua inscrição aquele encontro não significava nada. E mais uma vez estava falhando miseravalmente. Bem, pelo menos estava tendo algum sucesso em se convencer disso.
Estava tão entretido e ocupado mantendo sua pose supostamente superior e distante, que eram em momentos como esses que acabava transparecendo o quão nervoso estava com aquela situação toda. Bastava apenas um questionamento, apontar para alguma possível falha sua; a quem evidentemente tinha esquecido que não tinha se apresentado para aquela pose toda quebrar-se totalmente e cair por terra. Com um pouco de esforço, conseguiu tornar a se recompor; mas isso havia sido o bastante para que começasse de fato a prestar atenção no moreno a sua frente. Estivera como sempre tão ocupado e reservado a pensar apenas em seu ponto de vista; que não se importava com nada daquilo que em momento algum pensou, ou cogitou em pensar no ponto de vista alheio a cerca do encontro. Ou o porque este havia se inscrito. Será que estava interessado ou tinha pretenções verdadeiras com aquilo? Refletiu consigo mesmo, mas logo descartou tal ideia. — Myung Ming. — respondeu, automaticamente colocando o sobrenome na frente. Inconscientemente apenas repetindo o estilo da resposta alheio, normalmente se apresentando ao inverso quando falando com os britanicos de um modo geral. Apesar de sua atenção direcionada ao cardapio não se surpreendeu ao encontrar apenas o esperado de um café como aqueles. Tudo naquele lugar parecia ser apenas o mais previsivel possível; com exceção a Seonghwa. Por mais que tentasse entender o que o outro estava sentindo, algo que fazia com bastante naturalidade quando estava perto dos outros; em especial quando as emoções eram bastante intensas, mais confuso ele ficava. Podia ser apenas seu nervosismo, que por mais que ele negasse ao máximo continuava presente, mas ele parecia ser de fato uma pessoa mais complexa do que de fato deixava transparecer.
E por mais que detestasse pensar nisso, o simples fato de Seonghwa nãos er uma pessoa totalmente obvia apenas o deixava mais curioso para saber a seu respeito. Eram elementos assim que o estavam fazendo prestar de fato atenção na conversa que estavam tendo. Diante da resposta e do comantário alheio, que novamente passaram longe daquilo que ele esperava que o outro dissesse Ming não conseguiu conter sua própria reação. Não estava acostumado com pessoas que diziam aquilo que vinham a mente, ou pelo menos não pessoas que não tivessem algum tipo de ligação pessoal com ele. E em geral, até mesmo destas ele imaginava que as respostas viessem mais cuidadosas, sempre visando algum interesse futuro. — Você é sempre assim ? — questionou, antes que pudesse se conter. Poderia até mesmo estar soando rude, mas esse era seu jeito de se postar quando algo em especifico o intrigava o bastante. Ainda estava indeciso na verdade, se achava essa caractetistica alheia algo positivo ou negativo. Era algo tão comum e inesperado que nem sabia o que dizer sobre. Certamente unico. — Você também. — por fim acrescentou; estando acostumado a ambientes nos quais se sentia obrigado a retribuir os elogios alheios. Mas no geral reagia de maneira automatica; o comentário alheio também havia soado tão genuino que se sentia mais falso que nunca em retribuir. Quer dizer, ele esperava que ele o fizesse ? — Sinto em decepciona-lo, nesse caso. Aparentemente a coisa que tem mais teor alcoolico nesse cardapio são as balas de licor. — anunciou, algo que não o havia surpreendido muito. Pelo que claramente podiam observar as pessoas no geral não vinham ao ambiente interessadas na comida; estavam evidentemente ocupadas engolindo umas as outras. — Quanta responsabilidade. — resmungou em resposta diante do pedido alheio; não demonstrando, mas de fato ele havia sentindo uma certa pressão em ter que escolher o que comeriam. Algo muito contraditório para alguém que não estava levando a sério nada daquilo, mas isso estava virando rotina para ele. Depois de muito escolher por fim chamou o garçom do lugar a fim de fazer o pedido. — Por favor, um dois cafés mocha e um mil folhas de creme, por favor.
O sorriso divertido bailava nos lábios de Seonghwa que começou a prestar mais atenção nas reações e gestos da sua companhia do que propriamente no seu rosto bonito. Não que ele achasse desagradável ficar admirando a beleza do outro, para um garoto como o Wong, nunca era demais ficar admirando a beleza alheia, porém apercebeu-se de que poderia divertiria-se muito mais se prestasse mais atenção nas reações do outro. O moreno não soube identificar se ele estava tímido, nervoso, constrangido, desconfortável ou se era apenas uma pessoa introvertida, mas em meio a tudo isso ele achou fofo o esforço do outro em ser discreto e controlar as suas reações. Apesar de passar maior parte do seu tempo tagarelando, o Wong também sabia fechar a boca para ser mais observador, não escondendo dos outros que os estava analisando ao mais mínimo detalhe. Ele podia não ser um leitor de mentes ou perito em ler as pessoas através dos seus atos e gestos, mas era observador e inteligente o suficiente para perceber as coisas mais simples. --- Ming... --- repetiu o nome do outro após o mesmo o revelar, voltando a cruzar os braços sobre o peito e sorrir enquanto scaneava com o olhar a postura alheia. --- Não precisa de ficar nervoso, não o vou morder. A não ser que você queira, aí não tem como eu negar o que estou controlando não fazer desde que cheguei. --- brincou soltando uma risada, já se divertindo com a possibilidade de aumentar ainda mais o constrangimento alheio. Ele nunca iria compreender por que se divertia tanto quando as pessoas ficavam claramente submissas às suas provocações, não reagindo de forma agressiva ou ofensiva. Claro que ele também se divertia quando lhe respondiam na mesma moeda, mas não era esse o caso.
--- Eu sou sempre assim? Você quer dizer, lindo e maravilhoso? Ou você quer dizer ser sincero com o meu namorado de um dia? É um sim para ambos, embora tenha que admitir que eu iria gostar muito mais se você fosse meu namorado o resto dos dias também. --- falou com o seu melhor tom e expressão de seriedade, inclinando ligeiramente o seu corpo sobre a mesa para aproximar o seu rosto ao do outro. Estava perto o suficiente para sentir o perfume masculino que o outro usava, algo que o distraiu por breves instantes, afinal, ele gostava de estar cheiroso e amava encontrar-se com pessoas igualmente cheirosas. --- Acha que seria muito ruim ser meu namorado? --- inquiriu erguendo a sobrancelha. --- Prometo fazer cafuné em você todas as manhãs. Se quiser podemos tomar banho juntos e eu lavo os seus cabelos. --- continuou a sua provocação sem desfazer o sorriso igualmente provocador, sendo ousado o suficiente para olhar diretamente para os lábios alheios e mordiscar os seus próprios enquanto os fintava descaradamente, obviamente com o objetivo que o outro visse. --- Você mesmo acabou de dizer que também me acha bonito e atraente, então... na sua casa ou na minha? --- perguntou, subindo novamente o seu olhar até estar fintando o olhar do outro. Prendeu os seus lábios com força numa tentativa inútil de não cair na gargalhada, o que obviamente foi em vão. No instante seguinte o seu corpo voltou a cair na cadeira e o cómodo foi preenchido com a sua gargalhada.
Wong era abusador, brincava e falava coisas do tipo com bastante frequência e maioria das vezes eram só verdades disfarçadas de brincadeiras. Nesse caso em específico, não é como se ele quisesse de facto namorar o outro e ter toda aquela rotina romântica que acabava de descrever, porém não se importaria de o fazer se fosse numa pós noite de sexo e nada mais. O moreno não estava afim e preparado para relacionamentos amorosos, mas nunca, em sua sã consciência, iria negar uma pequena diversão com pessoas bonitas e atraentes. Ele não seria idiota em perder uma oportunidade dessas com o recém conhecido na sua frente, se eventualmente a tivesse. --- Hum. --- resmungou quando o outro lhe informou que não havia nada alcoólico à venda naquele lugar. --- Você me acompanha até a um bar quando terminar-mos aqui? --- fez o convite, desta vez sem segundas intenções. Nem todas as suas falas eram cheias de segundas intenções, naquele caso ele apenas estava convidando o seu mais novo amigo para irem beber algo mais produtivo que um café mocha como o outro acabava de pedir ao garçom do lugar. Pouco tempo depois o pedido já estava sendo entregue, o que fez o coreano olhar curioso para o doce que o outro havia chamado de mil folhas com creme, vendo o garçon pousar sobre a mesa dois pequenos utensílios que se pareciam com garfos. Ergueu o olhar e com um sorriso malandro no rosto olhou sugestivo na direção do outro asiático, já se preparando para provocar um pouco mais, não lhe dando um minuto descanso. --- Agora eu percebi por que você só pediu um. Quer partilhar comigo, que romântico! --- exclamou, alto o suficiente para chamar a atenção de algumas pessoas que se sentavam em mesas mais próximos. --- Pegue. Me dê. --- entregou um dos pequenos garfos ao outro e pousou os cotovelos sobre a mesa, pousando logo de seguida o queixo nas palmas das mãos e abrindo a boca, esperando que o outro o alimentasse.