E quando a inspiração acaba, o que mais acaba com ela?
Tuas mãos,
grafite
Na minha pele
em branco
A.C
Os cachorros acostumados ao sim
NÃO
pegaram tua pele para tamborim
o samba se calou
te calaram
Mas não nos calarão
A.C
Me rendo. Me rendo à vida e ao que ela tem a me oferecer, me rendo ao fato de não ter tudo nas mãos. Me rendo. Não por não mais querer lutar, nem pense que me encontro resignada, Me rendo pra ser maior do que posso imaginar. Se renda também. Permita-se! Angelina C.
Ainda lembro da porta só encostada que você deixou, lembro dos meus passos suaves naquele assoalho de madeira e do cheiro dos teus livros na estante, do cheiro de lenha queimada, de café passado, de grama a pouco cortada. Ainda lembro desses dias que estão por vir, tão vivos em minha memória futura como o beijo que me destes quando eu saí... Angelina C.
A porta do teu quarto semi encostada, como quem diz: - vem cá, me acorda. Não aguentei, fiquei ali parada te percebendo até vc levantar. E já era um novo dia que se levantava lá fora. Talvez ninguém tivesse percebido, mas eu te sabia ali, com todos os teus encantos e desencantos a povoar a minha imaginação, talvez nem você tenha percebido minha presença, mas a sua me inundava a cada respiração... Angelina C
Veja bem, não é que o mundo não tivesse cores antes de você voltar, é mais algo como, como posso explicar... é como se de repente eu fosse jogada num quadro de Van Gogh, sim, aquele dos girassóis, sabe. Pois é, é um pouco isso, desde que você voltou o mundo anda mais iluminado, mais radiante, menina. Talvez seja esse seu sorriso largo que tudo ilumina, talvez sejam só meus olhos sempre tão abertos pra te ver passar, desde que você voltou... [Angelina C]
Senta aqui, menina, vamos escutar a noite chegando e esse céu azul mudando de cor. Vamos escutar o som que as cores tem, esse farfalhar de folhas barulhando, e de céu alaranjando no entardecer. Vem cá, presta atenção, ouve, que lindo, esse contraste entre a tua pele morena e minhas manchas brancas nas cores do anoitecer... A.C
A noite levanta tormentosa, chorando lágrimas doces de um céu negro, breu.
Morada
E o teu corpo foi morada dos meus dias, entre nuvens carregadas de sol e terra molhada de chuva, com os teus sapatos sujos de lama na porta de entrada e uma rosa me esperando nos portões da nossa vida... A.C
O vento trouxe o cheiro do teu perfume pela janela, desde então eu nunca mais fui a mesma… A.C
E eram dias de sol Tardes de inverno Noites de luar Folhas no chão Flores a brotar Cores pra pintar Teus desenhos Colorir Pijamas de vestir Olhos de sorrir Beijos pra beijar Tua boca a me fitar Teus olhos a me despir Mãos pra abraçar Nossos sonhos Distraídos De outono Primaveras E ela a dizer SIM A.C
As mãos dela descreviam linhas tortas em minhas curvas brancas, poemas, escritos com seu suor na minha pele fria…
A.C
O tempo vai passando E eu passarinho Me aconchego em teu peito Nos teus braços faço ninho A.C
E quero todo dia teu sol no meu céu, laranja, acordando a madrugada... A.C
[...] E que belo poema os seus olhos a me sorrir no alcance de um abraço...