Cutucando a orelha pela dor do grito que tinha criado um apito lá dentro, Ash foi até ela em passos largos, rápidos e preocupados. _ Reagan, você tá bem? - Antes que pudesse tocá-la, ela já tinha se virado, resultando no estranhamento do rapaz. - O que... você podia só ter... tipo... - se interrompeu quando foi tocado. Se não estivesse com o corpo coberto pelo blazer, ficaria tão evidente como aquele toque o fez arrepiar. Então franziu o cenho ao ouvir sobreo presente e se fosse só aquilo, só um chaveiro com um cubo mágico pronto para ser desfeito, Ash já teria ficado feliz. Tinha uma vasta coleção de cubos mágicos, mas nenhum em miniatura. Só tirou os olhos do objeto para observar Reagan e tentar se recordar daquele dia. Passara um bom tempo olhando para os diferentes cubos mágicos, os quebra cabeças e outros jogos de cartas com puzzle. Era obcecado por qualquer coisa que desafiasse seu intelecto, qualquer coisa que o fizesse pensar. Mas o que veio depois o fez ficar de boca aberta. Literalmente, ele não conseguia fechar, e nem reproduzir nenhuma palavra. E nem tirar os olhos de Reagan. - Eu... - Não sabia o que dizer, não sabia como dizer. Estava empolgado para conhecer o lugar, mas muito mais do que empolgação. Estava aliviado, bem no fundo, por ter um lugar onde se esconder quando precisasse de um respiro do seu pai, mas ainda não sabia disso e sentia muito mais do que um alívio. Seu coração batia mais forte e ele controlava uma vontade descomunal de sorrir, mas não encontrava nenhuma palavra que pudesse expressar o quanto ele tinha amado aquele presente. Era isso! Ele amou o presente. Essa era a palavra que seu pai o proibia de dizer, pois o amor era uma distração, um sentimento que não deve ser desperdiçado com algo que não seria um bom investimento. Mas aquilo era um bom investimento. Ash tinha amado o presente. - Eu amo você.